Qual a relação entre as crruzadas e o renascimento comercial e...

As cruzadas tiveram um papel religioso, mas muito mais expansivista e comercial. 
Os feudos eram transmitidos apenas para o filho mais velho os demais procuravam entrar nas cruzadas para conseguir riquezas e terras. Os senhores feudais endividados também buscavam nas cruzadas obter saques e terras. Os servos buscavam libertar-se da opressão feudal nas cruzadas e talvez riquezas. Cidades como Gênova e Veneza viam nas cruzadas excelentes oportunidades de negócio com o oriente que, ao final passar a dominar o comércio no mediterrâneo. 

Os Pólos Comerciais 
Diversas rotas comerciais surgiram entre os dois principais pólos comerciais europeus: Gênova e Veneza e Flandres (atual Holanda e Bélgica). Nessas rotas surgiam Feiras de trocas de produtos. Nessas feiras os senhores feudais cobravam a Capitação para dar proteção militar e judicial. Como vinham mercadores de diversas partes, com diversas moedas, surgiu a figura do cambista especializado em trocar moedas e emprestar dinheiro. Esse sujeito sentava em um banco e esperava seus fregueses, por isso ficou conhecido como banqueiro. 

As Cidades 
Os homens livres (ex-servos, vilões, comerciantes, artesãos) compravam aqui e iam vender ali. No caminho se abrigavam junto aos castelos. Logo surgiram os comerciantes que proviam os viajantes como ferreiros e hospedeiros. Ao longo das estradas e rios surgiam grupamentos que mais tarde tornaram-se cidades. Exceção feitas a lugares como Roma, Pádua, Milão ou Veneza que nunca deixaram de ser cidades, mesmo na alta idade média. 
Uma zona fortificada constituía o burgo. As casas do burgo logo cresciam para além dos muros. Ali se armavam as tendas dos comerciantes e os artesãos fabricavam e vendiam seus produtos. 
As cidades continuavam dependentes e ligadas aos senhores feudais, mas sem as relações servis do campo. Todos os homens que habitavam a cidade eram livres. A maior parte da população urbana era de artesãos, mas os mercadores também tinham papel importante. Nas grandes cidades, como Gênova e Veneza, tinham poderes militares e políticos muito grandes, mas ainda sofriam com as normas feudais que impedia seu crescimento. 
Para poder exercer suas atividades as cidades tinham de pagar taxas (Franquia) aos senhores feudais que, em tese, eram proprietários do espaço físico ocupado. Para poder pagar a franquia os habitantes se reuniam em confrarias: os artesãos se uniam nas Corporações de Oficio e os mercadores nas Guildas. As cidades que conseguiam suas franquias eram chamadas de cidades Francas. Por vezes os burgueses se revoltavam e passavam a dominar eles mesmos as cidades, então chamada de comuna ou municipalidade. As cidades medievais também podiam se associar com vistas a proteger-se. Esses agrupamentos de cidades eram chamados de Hansas. Alguns comerciantes tratavam de intervir diretamente na produção para aumentar seus ganhos. Tratavam de comprar matéria-prima mais barata e pagar mais barato pela mão-de-obra. Isso era um anuncio das manufaturas da era moderna.​