Resumo sobre complexos regionais. (maximo 10 linhas)

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Mara Vilela

Comédia retomando o personagem do Inspetor Clouseau, que surgiu como coadjuvante em A Pantera Cor-de-Rosa (1964) e aqui exerce o papel principal. A notícia de um homicídio na mansão do milionário Ballon leva o Comissário Dreyfuss a designar, contra a sua vontade, o Inspetor Jacques Clouseau para o caso. De imediato o desastrado detetive apaixona-se pela principal suspeita, a empregada Maria, encontrada diante do corpo e com a arma do crime nas mãos. Suspeitando que o assassino seja um amante de Maria, que por amor o estaria protegendo, Clouseau deixa que ela saia da prisão, a fim de segui-la. O surgimento de novos cadáveres, um atrás do outro, tornará o caso cada vez mais confuso.
Ainda que sem o charme nem a música-tema (embora o maestro Henri Mancini permaneça nos créditos, e tenha composto partitura quase tão interessante quanto a original) de seu antecessor, Um Tiro no Escuro (A Shot in the Dark, EUA/Inglaterra, 1965) traz sequências memoráveis graças principalmente à atenção que o roteiro (curiosamente co-escrito pelo mesmo William Peter Blatty que assinou o clássico do terror O Exorcista) dá a seus personagens, a maioria novos, mais do que à história em si. O atormentado comissário Dreyfuss interpretado por Herbert Lom, por exemplo, cujo ódio profundo por Clouseau o levou ao analista e a proferir frases como "Me dê dez homens como Clouseau e eu destruo o mundo", é fonte de boas piadas, que vão da acidental amputação do próprio dedo ao tique nervoso que culmina em agressão física. Além dele, Hercule, assistente do inspetor, é caso de figura naturalmente engraçada. Seu intérprete, Graham Stark, é desses que fazem rir mesmo sem nada a dizer, aqui bastando as suas reações diante do raciocínio confuso do chefe.

Outra fonte de humor que o diretor-produtor-autor Blake Edwards utiliza com pleno domínio é a repetição. Seja nas aparições do personagem Kato, oriental que treina caratê com Clouseau, ou nas seguidas prisões do protagonista por disfarçar-se sem licença (com a peculiar sirene da polícia francesa), ou ainda na vinheta sonora que acompanha as aparições do assassino misterioso, Edwards consegue imprimir o ritmo exato às suas cenas, dando a cada piada o tempo correto e não tentando dizer mais do que o necessário. A referência explícita é o desenho animado, matéria prima da deliciosa abertura a cargo de David H. DePatie e Friz Freleng, e das inúmeras quedas e acidentes que volta e meia alguém sofre. Mas há que registrar a antológica seqüência inicial, sem cortes, dentro da mansão, na noite do crime.
No centro disso tudo, o inglês Peter Sellers mostra que não foi à toa que roubou a cena em A Pantera Cor-de-Rosa, mesmo que contracenando com estrelas do porte de David Niven e Claudia Cardinale. A riqueza de expressões e o jeitão singular do estabanado detetive, que procura jamais perder a pose mesmo se entra ensopado na mansão de Ballon, ou rasga as calças dançando, ou chega ao extremo de ter de fugir, como veio ao mundo, de um campo de nudismo, são exemplos de um talento que não se limitava ao pastelão. Sellers sabia ser engraçado apenas com um sorriso, ou dizendo alguma fala absurda, ou agindo de forma inacreditavelmente desastrada como no jogo de bilhar, tudo com o mesmo talento que o tornaria um desses atores que, por inesquecíveis e incomparáveis, estamos sempre querendo rever.

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