Explique o que provocou a decadência da lavoura de café no val...

Explique o que provocou a decadência da lavoura de café no vale do paraíba​

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marinatagomori

A ocupação do Vale do rio Paraíba do Sul remete ao final do século XVII e início do século XVIII, quando ali surgiram povoados que serviam de pouso para viajantes e tropeiros, que transportavam o ouro dos atuais estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso até o porto de Paraty, ou que o atravessavam com o gado vindo do Rio Grande do Sul para abastecer a região mineira. Nessa época, o Vale era pouco aproveitado pelas atividades agropecuárias, gerando poucos excedentes para serem comercializados. MARCONDES (p. 35) afirma que “o povoamento inicial do Vale (...) orientou-se pelo próprio leito do rio. Posteriormente, o desenvolvimento populacional e econômico da região permitiu aos pioneiros deixarem as planícies às margens do rio Paraíba, em busca dos contrafortes das serras do Mar e Mantiqueira, atingindo os famosos morros de meia-laranja.”

A cultura do café, baseada nas grandes propriedades e no emprego da mão-de-obra escrava, chegou à região em meados do século XIX, como expansão da área inicial de cultivo no Brasil, o Vale do Paraíba fluminense. Bananal, fundada em 1783, tornou-se a cidade mais rica do Vale com o advento do chamado “ouro verde”, alcançando o título de maior produtora em 1850. Seus barões formavam a elite do Império. Durante aquele século, o café tornou-se a principal economia do país e entre 1850 e 1900, o Vale foi a zona de maior produção cafeeira do mundo.

“A produção do café, no Brasil, imprimiu seu cunho particular à formação social e econômica do país, no passado e no presente. (...) A grande lavoura cafeeira de meados do século XIX constituiu a raiz, o tronco e os galhos da economia nacional; seu núcleo político, econômico e social. Durante o Império ela transferiu o centro econômico e político da Bahia e Pernambuco mais para o sul, primeiramente para a Província do Rio e, mais tarde, sob a República, para o Estado de São Paulo. Do ponto de vista social, ela gerou uma nova aristocracia, os barões do café do Vale do Paraíba, e importou uma corrente, sem precedentes, de escravos africanos, que modificou a estrutura étnica dessa parte do Brasil assim como sua estratificação social. Finalmente, a expansão devastadora da cultura cafeeira através do Vale durante o século passado, e a crise da superprodução nos primórdios do século atual, contribuíram para que os brasileiros verberassem sua dependência econômica de um único produto sujeito às vicissitudes dos centros de produção e fora de seu controle. De maneira geral, nesse fato residiam as raízes do nacionalismo brasileiro da década de 1890 e das primeiras décadas do século XX.” (STEIN, p.IX)

Contudo, prossegue o autor, nos arredores de 1880, a produção cafeeira decaiu rapidamente na região, e, no fim do século, as zonas de mata virgem no interior de São Paulo ultrapassaram muito, em produção, as terras já esgotadas do Vale do Paraíba. A abertura da ferrovia Santos-Jundiaí facilitou o escoamento da produção dessas novas áreas cafeicultoras. A abolição da escravatura (1888), enfraqueceu ainda mais a economia do Vale, já que, além de mão-de-obra, os escravos eram garantias aos empréstimos feitos pelos fazendeiros.

A população da região começou a decrescer em seu total, ao contrário de todas as regiões do Estado, mostrando que houve intensa emigração para zonas mais prósperas, de acordo com BAPTISTA. As pastagens para criação de gado tomaram o lugar dos cafezais. No início do século XX, o café cedeu ao arroz a liderança da produção agrícola do Vale. As novas atividades, contudo, não seriam capazes de restaurar o poder e a riqueza das famílias de Bananal e de todo o Vale

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