“Se fizéssemos uma história do controle social do corpo, poder...

“Se fizéssemos uma história do controle social do corpo, poderíamos mostrar que, até o século XVIII inclusive, o corpo dos indivíduos é essencialmente a superfície de inscrição de suplícios e de penas; o corpo era feito para ser supliciado e castigado. Já nas instâncias de controle que surgem a partir do século XIX, o corpo adquire uma significação totalmente diferente; ele não é mais o que deve ser supliciado, mas o que deve ser formado, reformado, corrigido, o que deve adquirir aptidões, receber um certo número de qualidades, qualificar-se como corpo capaz de trabalhar. ”FOUCAULT, M. Conferência V. In: A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro: Nau, 2002, p. 119.Vivemos em um tempo em que o corpo se tornou extremamente valorizado, devendo estar de acordo com certos padrões de beleza e de bem estar. Segundo Michel Foucault, filósofo que analisou esse tipo de transformação, essa valorização do corpo significa: a) A realocação do poder, que se torna um poder polimorfo e polivalente, capaz de tornar os corpos individuais úteis e hábeis à sociedade. A isso está relacionado o surgimento de uma série de saberes e de ciências sobre o homem.
b) A valorização hedonista do corpo, como uma forma de alienação das mentes. Cada vez mais a sociedade perde seu potencial transformador da ordem vigente.
c) A valorização positiva da ética do bem-estar. As novas preocupações com os corpos têm como objetivo melhorar a vida dos cidadãos e isso traz consigo uma série de benefícios à sociedade, como, por exemplo, o aumento da expectativa de vida da população.
d) A perda dos ideais iluministas racionalistas. Com a valorização do corpo, há também uma desvalorização do conhecimento intelectual, que é cada vez mais prejudicado. Não por acaso, há um pragmatismo perigoso nas tomadas de decisões privadas.
e) Um problema de ordem moral. A valorização do homem capaz de trabalhar coloca em questão a ética cristã da caridade. Nesse processo, há uma transformação que torna a sociedade mais secular e descrente da religião.

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Ruiva

apenas as afirmativas I e IV

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