Esaú e JacóCapítulo LXIVPAZ!
Esaú e Jacó
Capítulo LXIV
PAZ!
Que, em meio de tão graves sucessos, Aires tivesse bastante pausa e claridade para imaginar tal descoberta no vizinho, só se pode explicar pela incredulidade com que recebera as notícias. A própria aflição de Custódio não lhe dera fé. Vira nascer e morrer muito boato falso. [...] Só às duas horas da tarde, quando Santos lhe entrou em casa, acreditou na queda do império.
– É verdade, conselheiro, vi descer as tropas pela Rua do Ouvidor, ouvi as aclamações à república. As lojas estão fechadas, os bancos também [...].
Aires quis aquietar-lhe o coração. Nada se mudaria; o regime, sim, era possível [...]. Comércio é preciso. Os bancos são indispensáveis. No sábado, ou quando muito na segunda-feira, tudo voltaria ao que era na véspera, menos a constituição.
– Não sei, tenho medo, conselheiro.
– Não tenha medo. A baronesa já sabe o que há?
– Quando eu saí de casa, não sabia, mas agora é provável.
– Pois vá tranqüilizá-la; naturalmente está aflita. [...]
Santos saiu; tinha o carro à espera, entrou e seguiu para Botafogo. Não levava a paz consigo, não a poderia dar à mulher, nem à cunhada, nem aos filhos. [...] O espaço do carro era pequeno e bastante para um homem; mas, enfim, não viveria ali a tarde inteira. Ao demais, a rua estava quieta. Via gente à porta das lojas. [...]
ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. In: Portal Domínio Público. Disponível em: . Acesso em: 18 fev. 2022. Fragmento. Mantida a ortografia original.
O contexto histórico desse texto está relacionado
à chegada dos portugueses no Brasil.
à proclamação da República.
ao declínio do Brasil Colônia.
ao início da Era Vargas.
ao período Regencial brasileiro.
GENTE ME AJUDA
Capítulo LXIV
PAZ!
Que, em meio de tão graves sucessos, Aires tivesse bastante pausa e claridade para imaginar tal descoberta no vizinho, só se pode explicar pela incredulidade com que recebera as notícias. A própria aflição de Custódio não lhe dera fé. Vira nascer e morrer muito boato falso. [...] Só às duas horas da tarde, quando Santos lhe entrou em casa, acreditou na queda do império.
– É verdade, conselheiro, vi descer as tropas pela Rua do Ouvidor, ouvi as aclamações à república. As lojas estão fechadas, os bancos também [...].
Aires quis aquietar-lhe o coração. Nada se mudaria; o regime, sim, era possível [...]. Comércio é preciso. Os bancos são indispensáveis. No sábado, ou quando muito na segunda-feira, tudo voltaria ao que era na véspera, menos a constituição.
– Não sei, tenho medo, conselheiro.
– Não tenha medo. A baronesa já sabe o que há?
– Quando eu saí de casa, não sabia, mas agora é provável.
– Pois vá tranqüilizá-la; naturalmente está aflita. [...]
Santos saiu; tinha o carro à espera, entrou e seguiu para Botafogo. Não levava a paz consigo, não a poderia dar à mulher, nem à cunhada, nem aos filhos. [...] O espaço do carro era pequeno e bastante para um homem; mas, enfim, não viveria ali a tarde inteira. Ao demais, a rua estava quieta. Via gente à porta das lojas. [...]
ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. In: Portal Domínio Público. Disponível em: . Acesso em: 18 fev. 2022. Fragmento. Mantida a ortografia original.
O contexto histórico desse texto está relacionado
à chegada dos portugueses no Brasil.
à proclamação da República.
ao declínio do Brasil Colônia.
ao início da Era Vargas.
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