Texto I O PRIMEIRO AMOR É VIVIDO EM FANTASIAComo regra geral,...
Texto I O PRIMEIRO AMOR É VIVIDO EM FANTASIA
Como regra geral, nosso primeiro grande amor é uma espécie
de sonho. A pessoa que desperta em nós todo o sentimento, toda a
vontade de agradar e de se dedicar nos mínimos detalhes, toda a
vontade de aconchegar e ser aconchegado, na maior parte das vezes
nem sabe do nosso amor por ela. Não temos coragem de contar, pois
morremos de medo da rejeição. Não queremos também, contudo, a
aceitação, pois isso nos levaria a um relacionamento real para o qual
não estamos preparados. Ou seja, não contar interessa nos dois
casos. Se algum amigo superíntimo fica sabendo e faz alguma
brincadeira a respeito, ficamos com o rosto vermelho, negamos tudo
e fingimos indignação. A outra pessoa, a amada, fica sem saber se é
gozação ou se é de verdade. Melhor assim. Tudo se passará apenas
na cabeça da gente, longe dos riscos da vida real.
No sonho é claro que somos correspondidos. Beijamos e
somos beijados. Beijos de ternura. O sexo, na maioria dos casos,
está em segundo plano. Passeamos, de mãos dadas, por jardins
floridos. Sentamos na grama nós olhamos com olhar de enlevo
próprio do encantamento amoroso. Dizemos coisas bonitas para
outro, falamos das virtudes do outro. Não cansamos de elogiar a
pessoa amada.
[...] Se pensarmos bem, o sonho romântico não é muito criativo.
Quase sempre é a mesma história. As variações são mais de cenário
e figurino: uns preferem a montanha, outros a praia. Uns preferem
saias rodadas, outros as calças jeans. O amor é o prazer da
companhia, os elogios que esse prazer costuma trazer para nossos
lábios, e também a insegurança – o medo de perder a pessoa que
nos traz toda a felicidade. Assim sendo, uma parte do discurso é de
reasseguramento: “Vou amar você para sempre. Vou dizer toda hora
que amo você. Se você me largar, eu morro” etc. Sempre quevivemos o amor, o fazemos como se estivéssemos vivendo uma
história extraordinária. A verdade, no momento, é que é uma “história
extraordinária” exatamente igual a todas as outras histórias de amor!
E isso não faz mal algum, porque é bom do mesmo jeito!
Como regra geral, nosso primeiro grande amor é uma espécie
de sonho. A pessoa que desperta em nós todo o sentimento, toda a
vontade de agradar e de se dedicar nos mínimos detalhes, toda a
vontade de aconchegar e ser aconchegado, na maior parte das vezes
nem sabe do nosso amor por ela. Não temos coragem de contar, pois
morremos de medo da rejeição. Não queremos também, contudo, a
aceitação, pois isso nos levaria a um relacionamento real para o qual
não estamos preparados. Ou seja, não contar interessa nos dois
casos. Se algum amigo superíntimo fica sabendo e faz alguma
brincadeira a respeito, ficamos com o rosto vermelho, negamos tudo
e fingimos indignação. A outra pessoa, a amada, fica sem saber se é
gozação ou se é de verdade. Melhor assim. Tudo se passará apenas
na cabeça da gente, longe dos riscos da vida real.
No sonho é claro que somos correspondidos. Beijamos e
somos beijados. Beijos de ternura. O sexo, na maioria dos casos,
está em segundo plano. Passeamos, de mãos dadas, por jardins
floridos. Sentamos na grama nós olhamos com olhar de enlevo
próprio do encantamento amoroso. Dizemos coisas bonitas para
outro, falamos das virtudes do outro. Não cansamos de elogiar a
pessoa amada.
[...] Se pensarmos bem, o sonho romântico não é muito criativo.
Quase sempre é a mesma história. As variações são mais de cenário
e figurino: uns preferem a montanha, outros a praia. Uns preferem
saias rodadas, outros as calças jeans. O amor é o prazer da
companhia, os elogios que esse prazer costuma trazer para nossos
lábios, e também a insegurança – o medo de perder a pessoa que
nos traz toda a felicidade. Assim sendo, uma parte do discurso é de
reasseguramento: “Vou amar você para sempre. Vou dizer toda hora
que amo você. Se você me largar, eu morro” etc. Sempre quevivemos o amor, o fazemos como se estivéssemos vivendo uma
história extraordinária. A verdade, no momento, é que é uma “história
extraordinária” exatamente igual a todas as outras histórias de amor!
E isso não faz mal algum, porque é bom do mesmo jeito!
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Isso não faz mau algum,porque e bom do mesmo jeito
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