Texto 02 Eduardo e MônicaQuem um dia irá dizer que não existe...

Texto 02 Eduardo e Mônica

Quem um dia irá dizer que não existe razão
Nas coisas feitas pelo coração
E quem me irá dizer que não existe razão
Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
No outro canto da cidade
Como eles disseram
Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer
Um carinha do cursinho do Eduardo que disse
Que tem uma festa legal e a gente quer se divertir
Festa estranha, com gente esquisita
Eu não tô legal, não aguento mais birita
E a Mônica riu e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto só pensava em ir pra casa
É quase duas e eu vou me ferrar
Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a Mônica queria ver um filme do Godard
Se encontraram então no Parque da Cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de camelo
O Eduardo achou estranho e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo
Eduardo e Mônica era nada parecido
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
De Van Gogh e dos Mutantes
De Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô
Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda tava no esquema
Escola, cinema, clube, televisão
E, mesmo com tudo diferente
Veio meio de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia
Como tinha de ser
Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro e artesanato e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar
E ela se formou no mesmo mês
Em que ele passou no vestibular
E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa
Que nem feijão com arroz
Construíram uma casa uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana e seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram
Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo
Tá de recuperação ah-ah-ah
E quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração
E quem me irá dizer
Que não existe razão

1. Com o auxílio de chaves, demarque, no texto em análise:

a) a situação inicial, momento em que ainda não se formou o conflito gerador da história;
b) a complicação, momento correspondente à formação e ao desenvolvimento do conflito;
c) a resolução, momento em que o conflito é desfeito;
d) a situação final, momento que se apresenta um quadro finalizador do conflito;
e) a moral/avaliação, uma reflexão deduzida da história contada.

2. Estabeleça uma comparação entre as estrofes 7ª, 8ª, 9ª e 10ª e o restante do texto, no que se refere ao uso dos tempos verbais e, em seguida, relacione esse uso ao desenrolar progressivo das ações.

3. Identifique o foco narrativo, isto é, o ponto de vista escolhido pelo narrador para contar os fatos. Utilize-se, no mínimo, de dois fragmentos textuais.

4. Caracterize os personagens quanto à função desempenhada no poema-canção.

5. No primeiro encontro das personagens, Eduardo percebe algo diferente em Mônica: “O Eduardo achou estranho, e melhor não comentar / Mas a menina tinha tinta no cabelo”. O fato de Mônica “ter tinta no cabelo” é um elemento simbólico. Que significados podemos atribuir-lhe?

6. O fato de os personagens terem preferências divergentes revela a dimensão simbólica do texto em estudo. A ponte o(s) sentido(s) produzido(s) por tal dimensão.

7. O ambiente também é portador de traços que contribuem para a significação global da narração. Discuta essa afirmação a partir do poema-canção analisado.

1 Resposta

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neireoliveira

resposta 7

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nn sei pq mas td bem

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