Sem qualquer esperança detenho-me diante de uma vitrine de bol...

Sem qualquer esperançadetenho-me diante de uma vitrine de bolsas
na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, domingo,
enquanto o crepúsculo se desata sobre o bairro.

Sem qualquer esperança
te espero.
Na multidão que vai e vem,
entra e sai dos bares e cinemas
surge teu rosto e some
num vislumbre
e o coração dispara.

Te vejo no restaurante,
na fila do cinema, de azul
diriges um automóvel, a pé
cruzas a rua
miragem
que finalmente se desintegra com a tarde acima dos edifícios
e se esvai nas nuvens.

A cidade é grande,
tem quatro milhões de habitantes e tu és uma só.
Em algum lugar estás,
a esta hora, parada ou andando,
talvez na rua ao lado, talvez na praia,
talvez converses num bar distante
ou no terraço desse edifício em frente,
talvez estejas vindo ao meu encontro, sem o saberes,
misturada às pessoas que vejo ao longo da Avenida.

Mas que esperança! Tenho
uma chance em quatro milhões.
Ah, se ao menos fosses mil,
disseminada pela cidade!

A noite se ergue comercial
nas constelações da Avenida.
Sem qualquer esperança
continuo
e meu coração vai repetindo teu nome
abafado pelo barulho dos motores,
solto ao fumo da gasolina queimada.

José R. F. Gullar

1) Copie o verso que descreve onde e quando se dá o acontecimento.
2) Em que estrofe percebemos que já é noite na cidade?
3) A quem o eu-lírico se dirige no poema?
4) Por que o eu-lírico não tem esperanças de um encontro?
5) Em que lugares os olhos do poeta buscam a mulher amada?
6) Em que lugares ele imagina estar a mulher amada?
7) Por que o poeta deseja que sua amada fosse mil pela cidade?
8) Leia a última estrofe e explique com suas palavras o contraste entre os sentimentos do poeta e a realidade que o cerca:

0 Respostas

heylivis está aguardando sua ajuda.

Sua resposta
Ok

Mais perguntas de Português





















Toda Materia
Toda Materia
Toda Materia

Você tem alguma dúvida?

Faça sua pergunta e receba a resposta de outros estudantes.

Escola Educação