Releia o fragmento do romance infância de Graciliano Ramos e r...

Releia o fragmento do romance infância de Graciliano Ramos e responda: A. Que tipo de narrador há no texto? A. Que tipo de narrador há no texto?

B. Quando a história acontece?

C. Quem é o personagem protagonista?

D. Quem são os fugitivos, os lobos e o lenhador?Explique.

E. Por que o narrador diz que dormia e acordava com os fugitivos, os lobos e o lenhador?

infância
Aos nove anos, eu era quase analfabeto. E achar inferior aos Mota Lima, nossos vizinhos, muito inferior, construído de maneira diversa. Esses garotos felizes, para mim eram perfeitos: andavam limpos, riam alto, frequentavam escola decente e possuíam máquinas que rodavam na calçada como trens. Eu vestia roupas ordinárias, usava tamancos, enlameava-me no quintal engenhando bonecos de Barro, falava pouco. [...] O lugar de estudos era isso. Os alunos se imobilizavam nos bancos [...] .A imobilidade e a insensibilidade me aterraram. [...] Abandonei os cadernos e as auréolas [...]. Assim, aos nove anos ainda não sabia ler.

Ora, uma noite, depois do café, meu pai mandou buscar um livro que deixara na cabeceira da cama. Novidade: meu velho nunca se dirigir a mim. E eu, engolindo café, beijava-lhe a mão, porque isto era praxe, mergulhava na rede e adormecia. Espantado, entrei no quarto, peguei hein peguei com repugnância o antipático objeto e voltei a sala de jantar. Aí recebi ordem para me sentar e abrir o volume. Obedeci engulhando, com vaga esperança de que uma visita me interrompesse. ninguém visitou naquela noite extraordinária.

Meu pai determinou que eu principiasse a leitura. Principiei. Mastigando as palavras, gaguejando, gemendo uma cantilena medo-nha, indiferente a pontuação, saltando linhas e repisando linhas, alcancei o fim da página, sem ouvir gritos. Parei surpreendido, virei a folha, e continue arrastar-me na gemedeira, como um carro em estrada cheia de buracos.

Ora, uma noite, depois do café, meu pai me mandou buscar o livro que deixara na cabeceira da cama. Meu pai determinou que eu principiasse leitura.

Com certeza o negociante recebera alguma dívida perdida: no meio do capítulo pôs-se a conversar comigo, perguntou-me se eu estava compreendendo o que lia. Explicou-me que se tratava de uma história, um romance, exigiu atenção e resumiu a parte lida. Um casal com filhos andava numa floresta, em uma noite de inverno. perseguidos por lobos, cachorros selvagens. Depois de muito correr essas criaturas chegavam a cabana de um lenhador. Era ou não era? Traduziu-me em linguagem de cozinha diversas expressões literárias.

animei-me parolar. sim, realmente havia alguma coisa no livro, mas era difícil conhecer tudo. [...] Recolhi-me preocupado: os fugitivos, os lobos e o lenhador agitaram-me o sono. dormir com eles, acordei com eles. As horas voaram. Alheio a escola, aos brinquedos de minhas irmãs, a tagarelice dos moleques, vivi com essas criaturas de sonho, incompletas e misteriosas.

à noite meu pai me pediu novamente o volume, e a cena da véspera se reproduziu: leitura emperrada, mal-entendidos, explicações.

na terceira noite buscar o livro espontaneamente mas meu velho estava sombrio silencioso afastou-me com gesto carrancudo.

nunca experimentei decepção tão grande.

Presciso urgente

0 Respostas

Alexandre está aguardando sua ajuda.

Sua resposta
Ok

Mais perguntas de Português





















Toda Materia
Toda Materia
Toda Materia

Você tem alguma dúvida?

Faça sua pergunta e receba a resposta de outros estudantes.

Escola Educação