Pressiso de um miniconto sobre amor..

A viagem havia sido tranquila e ele estava encantado com a motorista. Achou-a linda, simpática, inteligente e dirigia muito bem. Tentou dar algum tipo de cantada, mas não conseguiu. Ficou nervoso, pensou que poderia parecer assédio, perdeu a voz, não deu. Torceu para aparecer algum engarrafamento no meio do caminho, mas não apareceu. Já estavam quase chegando em casa e nada. Faltavam poucos minutos, quando ele abriu a sua mochila, tirou a sua agenda, colocou-a suavemente sobre o banco do carro e esperou que chegassem ao destino. Ao chegarem, agradeceu a ela pela corrida e saiu do carro. Entrou no prédio, subiu pelo elevador, entrou no seu apartamento, bebeu um copo d’água, percebeu que havia um vinho aberto na geladeira, bebeu um grande gole do vinho direto na garrafa, abriu o aplicativo de transporte no seu celular e assinalou que havia esquecido um objeto na sua última corrida. Aguardou entrarem em contato e, para a sua felicidade, foi ela mesma quem ligou para ele e combinou de passar pela casa dele mais tarde. Ele sorriu e bebeu mais vinho. E esperou. Na hora marcada, bebeu mais um pouco do vinho e desceu para a portaria. Pouco depois, ela chegou. Ele foi até o carro, ela abriu a janela do carona e lhe entregou a agenda.

— Que sorte que isto caiu no carro e não no meio da rua.

— Não caiu, eu deixei ali no banco.

— Deixou? Por quê?

— Para te ver novamente.

— Sério?

— Sério.

— Então, tome aqui o meu cartão e me ligue para fazermos alguma coisa.

— Sério?

— Sério.

— Vou ligar, hein?

— Se você não ligar, eu ligo. – disse, mandou um beijo e andou com o carro.