Onovo estádio do corinthians, em são paulo, em tese destinado...

Onovo estádio do corinthians, em são paulo, em tese destinado à abertura da copa do mundo de 2014, é por enquanto um rasgo de imaginação sobre um terreno baldio, mas já tem nome de guerra. o leitor adivinha qual é? aí vai uma pista: o local escolhido é o bairro de itaquera. agora ficou fácil. o nome é itaquerão, claro. antes, os estádios precisavam ao menos ser construídos, para receber o enobrecimento do "ão" na última sílaba do apelido. não mais. não se sabe sequer quem vai pagar a conta do estádio, ou suposto estádio, do corinthians, nem existe projeto definido. mas o nome já lhe foi pespegado.
quando, para os jogos pan-americanos, em 2007, foi inaugurado no rio de janeiro o estádio joão havelange, que apelido ganhou? o leitor não adivinha? pista: fica no bairro de engenho de dentro. claro: é engenhão. no caso do eventual e futuro estádio do corinthians, o apelido de ltaquerão prova que o ão sobrevive mesmo à moda recente de chamar estádio de "arena" (arena da baixada. arena baruen). e no entanto
no entanto, o inho é que melhor caracterizaria o brasileiro. sérgio buarque de holanda escreveu, no clássico raízes do brasil (um pouco de erudição faz bem, especialmente ao amor, que se convence de estar falando coisa séria): "a terminação inho, aposta às palavras, serve para nos familiarizar mais com as pessoas ou os objetos e, ao mesmo tempo, para lhes dar relevo. é a maneira de fazê-los mais acessíveis aos sentidos e também de aproximá-los do coração". a passagem está no famoso capítulo do "homem cordial", isto é, o homem regido pelo coração, que sena o brasileiro. somos o país do joãozinho, do amorzinho e da "dilminha" (como a trata a mãe da presidente, ela também chamada dilma). somos a terra do jeitinho, do favorzinho e do probleminha, invocados sobretudo quando o jeito é complicado, o favor é grande e o problema insolúvel. por esse caminho, para melhor se aninhar no coração dos brasileiros, o mineirão deveria ser mineirinho, o castelão, castelinho e o batistão, batistinha. ocorre que estádios pertencem a outra esfera. não foram feitos para cativar, mas para impressionar. não pedem carinho, mas reverência, a si mesmos e a seus criadores. cumprem no brasil o que há de mais próximo ao papel das catedrais e das pirâmides, em outras épocas e lugares. mesmo no caso de uma entidade que é puro espírito, como o propalado estádio do corinthians, o brasileiro é levado a considerar uma indelicadeza não chamá-lo de ão.

(toledo, roberto pompeu de."o fascínio do ão" , veja , 09/03/2011.)

01) de acordo com o texto, é correto afirmar que

a) o emprego generalizado dos sufixos “-ão” e “-inho”, em diferentes palavras e situações, é um indicativo de que os brasileiros são passionais.
b) o uso do “-ão” para apelidar estádios de futebol resulta exclusivamente da grandiosidade dos projetos e das construções.
c) ao mencionar o “homem cordial” de sérgio buarque de holanda, o autor mostra os traços de gentileza e polidez dos brasileiros.
d) os sufixos “-ão” e “-inho”, que se agregam a qualquer classe gramatical, denotam objetividade na expressão dos sentimentos.
e) é inadmissível adicionar o sufixo “-ão” para nomear um estádio que sequer começou a ser construído.

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