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O lado amargo da baunilha

Quanto mais entramos na floresta, mais frequentes são as barreiras com homens armados inspecionando tudo e todos que entram e saem da região. Perto do destino, a diversidade da flora local dá lugar a um corredor verde, dominado por uma trepadeira com pequenos cachos forrados de vagens. Os aromas são ofuscados por um cheiro intensamente doce, ao mesmo tempo familiar e exótico, que aos poucos vai dominando o ambiente. Um cheiro que, de tão forte, faz a boca salivar… Um companheiro de viagem interrompe nosso transe sensorial apontando pelo vidro da janela e sussurrando: “Taí o que vocês estavam procurando… tudo isso é baunilha.”

Chegamos a Tanambao, pequena aldeia da região de SAVA (sigla para as cidades de Sambava, Antalaha, Vohemar e Andapa). Com território quase do tamanho da Bélgica e 980 mil habitantes, SAVA produz metade da baunilha natural do planeta, um mercado de nicho, já que 95% da baunilha usada no mundo é sintética, mais barata. O motivo de tantos bloqueios de segurança pela estrada é simples: a baunilha natural é a segunda especiaria mais cara da Terra, fica atrás apenas do açafrão.

Mais impactante que o aroma e a abundância das favas é a condição de quem as cultiva. Enquanto um punhado de baunilha dá sabor aos sorvetes e a outros doces gourmet ao redor do mundo, 50 mil famílias malgaxes – originárias de Madagascar – derretem sob o sol para colher, em média, 100 kg de favas verdes por ano. Dessa colheita, após um longo processo de beneficiamento, envolvendo escaldo e secagem, sobram 15 kg de baunilha seca, escura e preciosa para restaurantes, pâtisseries e sorveterias.

Extraído e adaptado de Super Interessante (Abril).



A partir da leitura, pode-se inferir que “O lado amargo da baunilha” decorre das:

produções sintéticas da baunilha pela indústria que barateiam o extrato natural.

técnicas obsoletas de plantio que diminuem a produtividade da especiaria.

coerções constantes dos profissionais de segurança dos ricos fazendeiros.

tendências de gourmetização que aumentam a demanda e os preços do produto.

circunstâncias precárias de trabalho de quem cultiva essa iguaria de luxo.

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engleticya

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