Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de n...

Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã. Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a
escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio.
(...) Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e
enquanto o rapaz galgava outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia tão livre.
Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É
verdade que não se poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo crê na sua crista. Sua única vantagem é que
havia tantas galinhas que morrendo uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma. [...]
LISPECTOR, Clarice. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998
O narrador do texto vê a galinha não como um simples animal que será servido no almoço, mas como um ser. Qual dos excertos a seguir explicita a
humanização do animal?
A
"Estúpida, tímida"
B
"Era uma galinha de domingo"
C
"não souberam dizer se era gorda ou magra"
D
"Que é que havia nas suas vísceras que fazia dela um ser?"​

1 Resposta

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ClaudioOliveraAluna

A) "Estúpida, tímida"

ESPERO TER AJUDADO! BJOS

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