Crônica I PAI NÃO ENTENDE NADA Luís Fernando Veríssimo. A fil...

Crônica IPAI NÃO ENTENDE NADA

Luís Fernando Veríssimo.

A filha de 14 anos chega para o pai e diz:

-- Pai, preciso comprar um biquíni novo.

-- Mas filha, você comprou um biquíni no ano passado.

-- Ah pai, quero um biquíni novo.

-- Filha, teu biquíni é novo. E você nem cresceu tanto assim.

-- Mas eu quero pai.

-- Tá bom filha. Pegue esse dinheiro e compre um biquíni maior.

-- Maior não pai. Menor.

Pai não entende nada mesmo!

Crônica II

CONVERSA DE PAI E FILHA

Antônio Maria

- Pai, eu tenho um namorado.

Pai, que ouve isso da filha mocinha, pela primeira vez, sente uma dor muito

grande. Todo o sangue lhe sobe à cabeça, e o chão do mundo roda a seus pés.

Ele pensava, até então, que só a filha dos outros tinha namorado. A sua tem,

também. Um namorado presunçosamente homem, sem coração e sem ternura. Um

rapazola banal, que dominará sua filha. Que a beijará no cinema e lhe sentirá o corpo, no

enleio da dança. Que lhe fará ciúmes de lágrimas e revolta; pior ainda, de submissão,

enganando-a com outras mocinhas. Que, quando sentir os seus ciúmes, com toda a

certeza, lhe dirá o nome feio e, possivelmente, lhe torcerá o braço. E ela chorará, porque

o braço lhe doerá.

Mas ela o perdoará no mesmo momento ou, quem sabe, não chegará, sequer, a

odiá-lo. E lhe dirá, com o braço doendo ainda: “Gosto de você, mais que tudo, só de

você.” Mais que de tudo e mais que dele, o pai, que essa porcaria de rapaz fará a filha

mocinha beber whisky, e ela, que é mocinha, ficará tonta, com o estômago às voltas. Mas terá que sorrir. E tudo o que conseguir dela será, somente, para contar aos amigos, com

quem permuta as gabolices sobre suas namoradas.

Ah! O pai se toma de imensa vontade de abraçar-se à filha mocinha e pedir-lhe

que não seja de ninguém. De abraçá-la e rogar a Deus que os mate, aos dois, assim,

abraçados, ali mesmo, antes que torça o bracinho da filha.

Como é absurda e egoisticamente irracional o amor de pai! Mais que ódio de fera.

Ele sabe disso e se sente um coitado. Embora sem evitar que todos esses medos, iras e

zelos passem por sua cabeça, tem que saber que sua filha é igual à filha dos outros; e,

como a filha dos outros, será beijada na boca. Ele, o pai, beijou a filha dos outros. Disse-

lhe, com ciúme, o nome feio. E torceu-lhe o braço, até doer. Nunca pensou que sua

namorada fosse filha de ninguém.

Ele, o pai, humanamente lamentável, lamentavelmente humano. Ele, o pai, tem,

agora, que olhar com o maior de todos os carinhos e sorrir-lhe um sorriso completo de

bem-querer, para que ela, em nenhum momento, sinta que está sendo perdoada. Protegida,

sim. Amada, muito mais. E, quando ela repetir que tem um namorado, dizer-lhe apenas:

- Queira bem a ele, minha filha.

Atividade Crônica: PAI NÃO ENTENDE NADA

1º Com base na leitura das duas crônicas, responda:

Titulo e autor Tema, assunto e

cenário

Situação do cotidiano

retratada

Tom de texto e foco

narrativo

I

II

2º Estabeleça as semelhanças e diferenças entre os textos lidos.

3º Que tipo de linguagem foi empregada nas crônicas? Explique.

me ajude por favooor ☹​

1 Resposta

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José Bispo

Bilhete para a namorada-Pedro fala para sua namorada que não poderá ir no cinema pois vai ter que estudar para a prova e se não estudar e tirar nota boa sua mãe vai brigar.Mais ele fala em forma informal(linguagem mais dos adolescentes)

Carta para o patrão-É a mesma coisa do primeiro texto só que está numa forma mais FORMAL e mais explicada com palavras difíceis.

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