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AJUDE PPP - Leia:
Pensamentos, como cabelos, também acordam despenteados. Naquela faixa-zumbi que vai em slow motion, desde sair da cama, abrir janelas, avaliar o tempo e calçar chinelos até o primeiro jato da torneira – feito fios fora de lugar, emaranham-se, encrespam-se, tomam direções inesperadas. Com água, pão, pente, você disciplina cabelos. E pensamentos? Que nem são exatamente pensamentos, mas memórias, farrapos de sonho, um rosto, premonições, fantasias, um nome. E às vezes também não há água, mão, nem pente, gel ou xampu capazes de domá-los. Acumulando-se cotidianas, as brutalidades nossas de cada dia fazem pouco a pouco alguns recuar – acuados, rejeitados – para as remotas regiões de onde chegaram. Outros, como cabelos rebeldes, renegam-se a voltar ao lugar que (com que direito) determinamos para eles. Feito certas crianças, não se deixam engambelar assim por doce ou figurinha.
Pensamentos matinais, desgrenhados, são frágeis como cabelos finos demais que começam a cair. Você passa a mão, e ele já não está ali – o fio. No travesseiro sempre restam alguns, melhor não olhar para trás: vira-se estátua de cinza. Compacta, mas cinza. Basta um sopro. Pensamentos matinais, cuidado, são alterados feito um organismo mudando de fuso horário. Não deveria estar ali naquela hora, mas está. Não deveria sentir fome às três da tarde, mas sente. Não deveria sentir sono ao meio-dia, mas. Pensamentos matinais são um abrupto, mas com ponto-final a seguir. Perigosíssimos. A tal ponto que há o risco de não continuar depois do que deveria ser curva amena, mas tornou-se abismo.
(Caio Fernando Abreu, “Lição para pentear cabelos matinais”. Pequenas epifanias, 2014. Adaptado)
Na crônica, ao abordar o tema na perspectiva dos pensamentos, o autor recorre
a) Ao paradoxo, enfatizando que eles, ao mesmo tempo bagunçados, enquadram-se na organização cotidiana.
b) À hipótese, conjecturando como eles poderiam confundir a pessoa no momento em que ela acorda.
c) À comparação, ressaltando que eles, assim como os cabelos, amanhecem naturalmente desorganizados.
d) À antítese, mostrando que ora eles são muito imprecisos, ora são objetivos demais logo pela manhã.
e) À ironia, sugerindo que é impossível organizar o pensamento de uma pessoa, sobretudo pela manhã.
Pensamentos, como cabelos, também acordam despenteados. Naquela faixa-zumbi que vai em slow motion, desde sair da cama, abrir janelas, avaliar o tempo e calçar chinelos até o primeiro jato da torneira – feito fios fora de lugar, emaranham-se, encrespam-se, tomam direções inesperadas. Com água, pão, pente, você disciplina cabelos. E pensamentos? Que nem são exatamente pensamentos, mas memórias, farrapos de sonho, um rosto, premonições, fantasias, um nome. E às vezes também não há água, mão, nem pente, gel ou xampu capazes de domá-los. Acumulando-se cotidianas, as brutalidades nossas de cada dia fazem pouco a pouco alguns recuar – acuados, rejeitados – para as remotas regiões de onde chegaram. Outros, como cabelos rebeldes, renegam-se a voltar ao lugar que (com que direito) determinamos para eles. Feito certas crianças, não se deixam engambelar assim por doce ou figurinha.
Pensamentos matinais, desgrenhados, são frágeis como cabelos finos demais que começam a cair. Você passa a mão, e ele já não está ali – o fio. No travesseiro sempre restam alguns, melhor não olhar para trás: vira-se estátua de cinza. Compacta, mas cinza. Basta um sopro. Pensamentos matinais, cuidado, são alterados feito um organismo mudando de fuso horário. Não deveria estar ali naquela hora, mas está. Não deveria sentir fome às três da tarde, mas sente. Não deveria sentir sono ao meio-dia, mas. Pensamentos matinais são um abrupto, mas com ponto-final a seguir. Perigosíssimos. A tal ponto que há o risco de não continuar depois do que deveria ser curva amena, mas tornou-se abismo.
(Caio Fernando Abreu, “Lição para pentear cabelos matinais”. Pequenas epifanias, 2014. Adaptado)
Na crônica, ao abordar o tema na perspectiva dos pensamentos, o autor recorre
a) Ao paradoxo, enfatizando que eles, ao mesmo tempo bagunçados, enquadram-se na organização cotidiana.
b) À hipótese, conjecturando como eles poderiam confundir a pessoa no momento em que ela acorda.
c) À comparação, ressaltando que eles, assim como os cabelos, amanhecem naturalmente desorganizados.
d) À antítese, mostrando que ora eles são muito imprecisos, ora são objetivos demais logo pela manhã.
e) À ironia, sugerindo que é impossível organizar o pensamento de uma pessoa, sobretudo pela manhã.
1 Resposta
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Ele era pequenininho do tamanho de um rato
Dino dino dino com a mãozinha de cavalo
Ele só queria fumar um cigarro mas a mãozinha dele não dava
Então ele pegou a mão e enfiou ela na minha vara
Dinossauro que não tinha pai
O dinossauro que não tinha mão
Então ele foi pra igreja
E começou a vender pão
O dinossauro que não tinha pai pai
O dinossauro que não tinha pai
Um dinossauro com a mãozinha tão pequenininha
Queria jogar um jokenpô
Mas só perdia
Mãozinha do dino dino que não tinha pai
Então ele não foi pra escola ele foi papai
Ae depois no dia dos pais ele não tinha pai
O dinossauro com as mãozinha com as mãozinhas sem pai
Sem pai
Sem pai
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