A mãe estava na sala, costurando. O menino abriu a porta da ru...

A mãe estava na sala, costurando. O menino abriu a porta da rua, meio ressabiado, arriscou um passo para dentro e mediu cautelosamente a distância. Como a mãe não se voltasse para vê-lo, deu uma corridinha em direção de seu quarto. Então, sua mãe lhe chamou e ele respondeu da forma mais natural possível. Ela percebeu que havia algo estranho e lhe perguntou o que ele estava escondendo e ele respondeu a ela que não era nada. Desconfiada, ela insistiu por vê-lo com pressa e meio perdido. Ele acabou confessando que achara um filhote na rua, que o havia achado bonitinho, que estava com fome, que tinha uma carinha fofinha.

Rispidamente, a mãe mandou que ele tratasse de levar embora aquele filhote, que ali não ficaria, que não queria cachorro em casa, pois era uma amolação uma coisa dessas dentro de casa. Deu dez minutos para ele resolver o problema. Ele começou a chorar, afirmando que em sua casa era tudo proibido e que não podia decidir nada. Disse que não estudaria mais e nem comeria.

Sua mãe, sem dó, pediu que o levasse logo dali.

Saiu e, meia hora depois, voltou radiante, exibindo uma nota de vinte e uma de dez, pois havia vendido seu melhor amigo.

No final, murmurou que se tivesse pedido cinquenta, o comprador teria pago.

(Fernando Sabino, Literatura comentada, adaptado, São Paulo, Nova Cultural.)

A partir da leitura do texto, CRIE um texto narrativo, cujo foco narrativo esteja na 1ª pessoa, contando como você faria para ter direito de ficar com um animal.

Inclua na história se achou ou ganhou o animalzinho, como tudo aconteceu, onde estava, quando ocorreu. Use sua criatividade.

Não se esqueça de que:

– A narrativa deve ter um título;

– O padrão culto da linguagem deve ser obedecido;

– Deve haver descrições do espaço e do tempo;

– O foco narrativo deve ser em 1ª pessoa;

– Escolha o discurso (direto ou indireto);

– O texto deve ter, no mínimo, 20 (vinte) linhas; e, no máximo, 30 (trinta) linhas;