A constante preocupação com a morte denota uma concepção pessi...

A ligação da morte com o surgimento da filosofia é um tema a que Schopenhauer retorna nos complementos quando discute a morte e sua relação com a indestrutibilidade de nosso ser-em-si. Nessa ocasião, ele lembra a emblemática afirmação de Sócrates, no Fédon, conforme a qual a preocupação com a morte seria a verdadeira fonte da filosofia. Dificilmente pôr-se-ia alguém a filosofar, segundo ele, se nosso ser fosse infinito e imortal. No reino animal, não há semelhante preocupação, sendo que cada indivíduo desfruta imediatamente da imortalidade da espécie. Nos homens, ao contrário, a razão faz surgir inevitavelmente a assustadora consciência da morte. Como compensação para esse mal-estar, ela os ajuda a criar toda a sorte de pontos de vista metafísicos, os quais lhes servem de consolo para sua finitude. Schopenhauer deriva desse consolo, outra vez, a fundação dos sistemas metafísicos e das religiões, ambos os quais são um antídoto para a consciência da morte.

Explicação: