Otermo cigano é usado para designar povos de diferentes cores,...

Otermo cigano é usado para designar povos de diferentes cores, crenças, religiões e costumes. o povo cigano tem convivido e superado diversos obstáculos, porém, o preconceito e a ignorância das pessoas têm sido quase impossível de superar, pois essa etnia é uma das mais hostilizadas no mundo” (livro da disciplina, cap. ii, pág. 72). de acordo com o estudado no livro da disciplina, as afirmações acima são de qual escritor?

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Santosmanuele

O universo cigano é tão antigo e extenso, tão cheio de crenças e histórias que nem mesmo seu próprio povo conhece bem o limite entre verdade e lenda. É que o nome “cigano” designa muitos povos espalhados por quase todas as regiões do mundo. Povos com diferentes cores, crenças, religiões, costumes, rituais, que, por razões às vezes difíceis de compreender, foram abrigados sob esse o imenso guarda-chuva (assim como populações muito diferentes são chamadas de índios).

A história dos ciganos é toda baseada em suposições. E a razão é simples: faltam documentos. Os ciganos são um povo sem escrita. Eles nunca deixaram nenhum registro que pudesse explicar suas origens e seus costumes. Suas tradições são transmitidas oralmente, mas nem disso eles fazem muita questão — os ciganos vivem o hoje, não se interessam por nenhum resquício do passado e não se esforçam por se manterem unidos. A dificuldade em se fixar, o conceito quase inexistente de propriedade e a forma com que lidam com a morte — eliminando todos os pertences do falecido — dificultam ainda mais o trabalho aprofundado de pesquisa.

Pouco se sabe sobre a origem dos ciganos — que, assim como quase tudo que diz respeito a eles, está marcada por fantasias. Alguns dizem que eles descendem de egípcios do tempo dos faraós. Outros, de uma região conhecida como “Novo Egito”, na Grécia — daí a palavra “cigano”, que vem de “egipciano”. Essa história, contudo, é totalmente descartada por estudiosos do assunto. Para eles, os ciganos teriam vindo do Paquistão e do norte da Índia, nos atuais Rajastão e Punjab. A maior prova disso vem de estudos lingüísticos. O romani, a língua falada por eles, possui grandes semelhanças com o hindi, falado na Índia. A análise biológica corrobora essa tese. Um estudo realizado com integrantes de comunidades ciganas da Europa demonstrou que era possível traçar a origem indiana de boa parte dos ciganos pesquisados.

Uma teoria, contudo, é aceita pela maioria dos especialistas. A partir da constatação da semelhança entre as línguas romani (praticada pelos rom, o maior dos grupos ciganos) e hindi (variação do sânscrito, praticada no noroeste da Índia, onde hoje fica o Paquistão), foi possível elucidar a primeira e grande diáspora cigana. Um grande contingente, formado, possivelmente, por uma casta de guerreiros, teria abandonado a Índia no século 11, quando o sultão persa Mahmoud Ghazni invadiu e dominou o norte do país. De lá, emigraram para a Pérsia, onde hoje fica o Irã. A natureza nômade de muitos grupos ciganos, entretanto, também permite supor um movimento natural de imigração que tenha chegado à Europa conforme suas cidades se desenvolviam, oferecendo oportunidades de negócios para toda sorte de viajantes e peregrinos.

Quem tem pressa vai na frente

Nós nascemos para esperar

Quem quiser chorar que chore

Nós nascemos para cantar

Nossa vida é a rua, nosso país é a lua

Somos amantes ciganos da liberdade lua

Nossa vida é a rua, nosso país é a lua

Somos amantes ciganos da liberdade lua

Sara, Maria sara rainha do manto azul

Guarda a nossa morada dos mares do norte e do sul

É provável que, pelo caminho, por volta do século 15, tenham passado pelo Pequeno Egito, uma região do Peloponeso, no interior da Grécia. Pelo menos era de lá que eles diziam vir a quem perguntava a sua origem. Daí o nome gypsy (em inglês), ou gitanos (em espanhol). Mas, antes disso, ainda no século 13, um documento escrito por um patriarca de Constantinopla já advertia sobre a presença dos adingánous, um povo errante que, dizia, ensinava coisas diabólicas. O registro é o primeiro a tratar os ciganos de forma pejorativa e a registrar o medo que as cidades européias sentiam de suas caravanas. Era o começo da sina cigana.

Ciganos, ao contrário dos judeus, nunca demonstraram um desejo de ter o seu próprio país, assumindo-se párias. Nas palavras de Ronald Lee, escritor cigano nascido no Canadá, “a pátria dos roma é onde estão os meus pés”.

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