Observe com atenção os documentos a seguir: documento 1 (canib...
Observe com atenção os documentos a seguir:
documento 1
(canibalismo no brasil em 1557. gravura de theodor de bry, 1562. disponível em: . acesso em jun. 2016)
documento 2
o prisioneiro era levado para a aldeia do seu captor, o qual virava seu senhor - e, tempos depois (até anos), seu algoz, num ritual de duelo estilizado em que a vítima era amarrada e segurada por uma corda, mas tinha o direito a insultar os presentes prometendo-lhes vingança de seus parentes e atirando pedras e areia sobre o seu atacante. quando enfraquecia, uma bordunada era desferida em sua cabeça, bem como os golpes finais de misericórdia. em seguida, o prisioneiro era lavado, esquartejado, despedaçado, desentranhado, tal qual uma peça de caça, e posto para assar em moquém. sua carne era comida com muito gosto e glutonia, sobretudo pelas anciãs. mas enquanto vivesse na aldeia, antes de chegar o seu dia de suplício (ou melhor, de honra suprema, como viam a ocasião), o prisioneiro era tratado como um cunhado, um parente afim: recebia uma mulher que compartilhava de seus afazeres e do seu leito, podendo até se apaixonar e gerar nela um filho. à vontade, ele não fugia para a sua aldeia de origem - e, caso o fizesse, seria mal recebido por seus parentes, como um poltrão e indigno de fibra tupinambá. ora, tal costume só poderia funcionar se o prisioneiro concordasse com essas regras. assim, fica claro que o canibalismo tupinambá se destinava quase que exclusivamente aos próprios tupinambá. qualquer outro povo indígena que não compartilhasse das mesmas ideias e sentimentos não teria o menor problema em abrir mão dessa boa vida temporária e voltar para casa como herói. (gomes, mércio pereira. os índios e o brasil: passado, presente e futuro. são paulo: contexto, 2012, p. 48).
os documentos apresentam duas visões da prática da antropofagia entre os índios tupinambás no brasil. o primeiro, trata-se de uma gravura do século xvi do francês theodor de bry. o segundo, descreve o sentido do ritual para os povos tupinambás.
a interpretação correta de ambos permite concluir que:
i - o documento 1 reforça a visão dos europeus sobre o canibalismo indígena, que justificou durante séculos seu processo civilizador em face da “barbárie” dos nativos.
ii - o documento 2 destaca visão dos nativos sobre a antropofagia, como uma prática cultural que reforçava o “endocídio” (auto-extermínio).
iii - os dois documentos demonstram que os indígenas se encontravam num estágio de desenvolvimento inferior ao europeu, já que este era um povo mais pacífico e civilizado.
é correto o que se afirma em:
ii, apenas.
ii e iii, apenas.
i, apenas.
i, ii e iii.
i e ii, apenas.
documento 1
(canibalismo no brasil em 1557. gravura de theodor de bry, 1562. disponível em: . acesso em jun. 2016)
documento 2
o prisioneiro era levado para a aldeia do seu captor, o qual virava seu senhor - e, tempos depois (até anos), seu algoz, num ritual de duelo estilizado em que a vítima era amarrada e segurada por uma corda, mas tinha o direito a insultar os presentes prometendo-lhes vingança de seus parentes e atirando pedras e areia sobre o seu atacante. quando enfraquecia, uma bordunada era desferida em sua cabeça, bem como os golpes finais de misericórdia. em seguida, o prisioneiro era lavado, esquartejado, despedaçado, desentranhado, tal qual uma peça de caça, e posto para assar em moquém. sua carne era comida com muito gosto e glutonia, sobretudo pelas anciãs. mas enquanto vivesse na aldeia, antes de chegar o seu dia de suplício (ou melhor, de honra suprema, como viam a ocasião), o prisioneiro era tratado como um cunhado, um parente afim: recebia uma mulher que compartilhava de seus afazeres e do seu leito, podendo até se apaixonar e gerar nela um filho. à vontade, ele não fugia para a sua aldeia de origem - e, caso o fizesse, seria mal recebido por seus parentes, como um poltrão e indigno de fibra tupinambá. ora, tal costume só poderia funcionar se o prisioneiro concordasse com essas regras. assim, fica claro que o canibalismo tupinambá se destinava quase que exclusivamente aos próprios tupinambá. qualquer outro povo indígena que não compartilhasse das mesmas ideias e sentimentos não teria o menor problema em abrir mão dessa boa vida temporária e voltar para casa como herói. (gomes, mércio pereira. os índios e o brasil: passado, presente e futuro. são paulo: contexto, 2012, p. 48).
os documentos apresentam duas visões da prática da antropofagia entre os índios tupinambás no brasil. o primeiro, trata-se de uma gravura do século xvi do francês theodor de bry. o segundo, descreve o sentido do ritual para os povos tupinambás.
a interpretação correta de ambos permite concluir que:
i - o documento 1 reforça a visão dos europeus sobre o canibalismo indígena, que justificou durante séculos seu processo civilizador em face da “barbárie” dos nativos.
ii - o documento 2 destaca visão dos nativos sobre a antropofagia, como uma prática cultural que reforçava o “endocídio” (auto-extermínio).
iii - os dois documentos demonstram que os indígenas se encontravam num estágio de desenvolvimento inferior ao europeu, já que este era um povo mais pacífico e civilizado.
é correto o que se afirma em:
ii, apenas.
ii e iii, apenas.
i, apenas.
i, ii e iii.
i e ii, apenas.
1 Resposta
Ver resposta
Apenas I, ainda não foi corrigida
Sua resposta
Mais perguntas de História
Você tem alguma dúvida?
Faça sua pergunta e receba a resposta de outros estudantes.