ESCRAVIDÃO: NEGOCIAÇÃO E CONFLITO Estudos recentes vêm mostra...

ESCRAVIDÃO: NEGOCIAÇÃO E CONFLITOEstudos recentes vêm mostrando que a escravidão foi muito mais complexa, pois os “escravos não foram vítimas nem heróis o tempo todo”. Um escravo meio acomodado e até submisso de um dia, podia se tornar um rebelde no dia seguinte. Essa mudança de comportamento poderia ser motivada pela separação da família, aumento das horas de trabalho ou o não cumprimento de um acordo, por exemplo. Portanto, apesar da constante violência, as relações de trabalho nas sociedades escravistas da América se davam tanto por negociações quanto por conflitos.
Ocorreram casos de escravizados que, em diferentes lugares da América, conquistaram o direito de ter uma terra coletiva e a folga semanal para nela plantar. Eles trabalhavam para o próprio sustento e até podiam vender o que sobrava. Havia senhor que aceitava essa reivindicação, pois poderia significar menos gastos e certa paz no engenho, dando ao escravizado a posse de um pedaço de terra. Esse exemplo de negociação se denominava “brecha camponesa”.
Quando a negociação falhava ou não acontecia, vinham os conflitos e as fugas. Fugia-se por vários motivos: abusos físicos, separação de familiares por vendas ou transferências inaceitáveis ou pelo prazer de viver a liberdade. Alguns fugiam até para pregar um susto no senhor e, assim, mostrar do que eram capazes. Outros fugiam definitivamente e iam para os quilombos.
A conquista do direito de realizar seus folguedos e cultuar seus próprios deuses podia garantir períodos de paz na senzala. Portanto, era comum que o rompimento radical se desse só depois que o escravizado já havia tentado outras formas de resistir, ou seja, negociado outros modos de sobreviver.

Como sujeitos de suas histórias, eles sabiam que as fugas, assassinatos e rebeliões eram rompimentos sem negociação. Por isso, a maioria desses eventos ocorreram quando os escravizados percebiam que os homens livres, os brancos, sobretudo, conflitavam entre si. Voltados para os seus problemas, os senhores teriam mais dificuldades de reagir à resistência dos escravizados.
(Adaptado de Negociação e Conflito: A Resistência Negra no Brasil Escravista, São Paulo:Cia das Letras, REIS, J. J. & SILVA, E. 1989.)
4 - O texto Escravidão: Negociação e Conflito, traz informações a respeito dos diferentes modos de resistência do trabalhador escravizado no período colonial. Leia-o com atenção e distribua as situações de resistência nas tabelas abaixo
NEGOCIAÇÃO CONFLITO

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dailaneazevedo

ESCRAVIDÃO: NEGOCIAÇÃO E CONFLITO

Estudos recentes vêm mostrando que a escravidão foi muito mais complexa, pois os “escravos não foram vítimas nem heróis o tempo todo”. Um escravo meio acomodado e até submisso de um dia, podia se tornar um rebelde no dia seguinte. Essa mudança de comportamento poderia ser motivada pela separação da família, aumento das horas de trabalho ou o não cumprimento de um acordo, por exemplo. Portanto, apesar da constante violência, as relações de trabalho nas sociedades escravistas da América se davam tanto por negociações quanto por conflitos.

Ocorreram casos de escravizados que, em diferentes lugares da América, conquistaram o direito de ter uma terra coletiva e a folga semanal para nela plantar. Eles trabalhavam para o próprio sustento e até podiam vender o que sobrava. Havia senhor que aceitava essa reivindicação, pois poderia significar menos gastos e certa paz no engenho, dando ao escravizado a posse de um pedaço de terra. Esse exemplo de negociação se denominava “brecha camponesa”.

Quando a negociação falhava ou não acontecia, vinham os conflitos e as fugas. Fugia-se por vários motivos: abusos físicos, separação de familiares por vendas ou transferências inaceitáveis ou pelo prazer de viver a liberdade. Alguns fugiam até para pregar um susto no senhor e, assim, mostrar do que eram capazes. Outros fugiam definitivamente e iam para os quilombos.

A conquista do direito de realizar seus folguedos e cultuar seus próprios deuses podia garantir períodos de paz na senzala. Portanto, era comum que o rompimento radical se desse só depois que o escravizado já havia tentado outras formas de resistir, ou seja, negociado outros modos de sobreviver.

Como sujeitos de suas histórias, eles sabiam que as fugas, assassinatos e rebeliões eram rompimentos sem negociação. Por isso, a maioria desses eventos ocorreram quando os escravizados percebiam que os homens livres, os brancos, sobretudo, conflitavam entre si. Voltados para os seus problemas, os senhores teriam mais dificuldades de reagir à resistência dos escravizados.

(Adaptado de Negociação e Conflito: A Resistência Negra no Brasil Escravista, São Paulo:Cia das Letras, REIS, J. J. & SILVA, E. 1989.)

4 - O texto Escravidão: Negociação e Conflito, traz informações a respeito dos diferentes modos de resistência do trabalhador escravizado no período colonial. Leia-o com atenção e distribua as situações de resistência nas tabelas abaixo

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