Em 1918, gripe espanhola espalhou morte e pânico e gerou a se...

Em 1918, gripe espanhola espalhou morte e pânico e gerou a semente do SUSParece filme de terror. Cadáveres jazem na porta das casas, atraindo urubus. O ar é fétido. Os raros transeuntes andam a passos ligeiros, como se fugissem da misteriosa doença. Carroças surgem de tempos em tempos para, sem cuidado ou deferência, recolher os corpos, que seguem em pilhas para o cemitério.

A epidemia escancara uma deficiência grave do Brasil: em termos de saúde, os pobres estavam a Deus-dará. Não há hospitais públicos. Não é raro que as pessoas, assim que se descubram “espanholadas”, busquem socorro nas delegacias de polícia. Quem, aos trancos e barrancos, presta alguma assistência à população carente são instituições de caridade, como as santas casas e a Cruz Vermelha.

— As famílias ricas são menos atingidas do que as famílias pobres porque se refugiam em fazendas no interior do país, mantendo distância do vírus — conta o historiador Leandro Carvalho, professor do Instituto Federal de Goiás.

O deputado Azevedo Sodré (RJ) afirma que a culpa da epidemia não é da Santa Casa, mas sim da Diretoria-Geral da Saúde Pública, por ter subestimado as notícias da gripe espanhola no exterior e não ter imposto quarentena aos navios vindos de fora, como o Demerara (vindo da Europa).

— Mesmo dias depois, ao irromperem os primeiros casos no Brasil, reinava em nossa repartição sanitária a mesma ignorância máxima. Presenciamos uma quase falência dos nossos serviços de higiene e assistência públicas.
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a) A partir dos relatos da primeira notícia, aponte quais fatores, na 1a guerra, contribuíram para a difusão da pandemia de gripe espanhola. (1,0)

b) A partir da segunda notícia, aponte qual a situação dos mais pobres durante a pandemia de gripe espanhola. (1,0)