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Documento 01: Toda Veneza ficou surpreendida e se alarmou Os mais sisudos diziam que era a pior notícia que podia chegar-lhes. De facto, toda a gente sabe que Veneza tinha obtido
o seu prestígio e a sua riqueza unicamente graças ao seu comércio marítimo que lhe proporcionava cada ano uma grande
quantidade de especiarias, de tal maneira que os comerciantes estrangeiros afluíam para comprá-las. A sua presença e os
seus negócios traziam-nos fartos lucros. Mas agora, por este novo caminho, as especiarias de Leste serão transportadas
para Lisboa, onde os Húngaros, os Alemães, os Flamengos e os Franceses irão procurá-las, pois serão aí menos caras. Com
efeito, as especiarias que chegam a Veneza têm de passar pela Síria e os territórios do sultão, e por toda a parte devem
pagar direitos (aduaneiros) tão exorbitantes que, ao chegar a Veneza, o que tinha custado um ducado deve ser vendido por
de oitenta a cem ducados. O caminho marítimo, esse, não tem de pagar todos esses impostos, e os Portugueses podem
vendê-las (às especiarias) mais baratas. As pessoas mais bem informadas dão-se conta disso, outras não podem acreditar
na notícia, e outras pensam que o rei de Portugal não poderá conservar por muito tempo este caminho e este comércio com
Calicute, pois das treze caravelas que para aí partiram só seis voltaram, e as perdas serão maiores que os lucros. Por outro
lado, ele não encontrará facilmente homens dispostos a arriscar a sua vida numa viagem tão longa e perigosa, e pensa-se
que o sultão (da Turquia), quando se aperceber das perdas que isto trará aos seus rendimentos, tratará de impedir esse
comércio. Eis o que se diz, entre outras coisas, pois os Venezianos, como de costume, procuram encontrar razões para não
perder a esperança e recusam-se a acreditar e a ouvir o que lhes não convém.

Documento 02:
Aproximava-se o tempo da chegada das notícias de Portugal sobre a vinda das suas caravelas, e esperava-se essa notícia
com muito medo e apreensão; e por causa disso não havia transacções, nem de um ducado... Na feira alemã de Veneza não
há muitos negócios. E isto porque os Alemães não querem comprar pelos altos preços correntes, e os mercadores venezianos
não querem baixar os preços, vista a pequeníssima quantidade de especiarias que se encontram em Veneza. Calcula-se que
na cidade não há mais de 250 cargas de pimenta, 800 milheiros de gengibre, 15 de noz moscada e 15 de cravo de cabecinha;
e de todas as outras especiarias ninguém se lembra de ter jamais havido tão poucas. E na verdade são as trocas tão poucas
como se no poderia prever. E isto procede do facto de que os alemães não compram imediatamente aquilo de que
necessitam, pois não sabem o que a caravelas portuguesas podem trazer de especiarias.

Agora responda as questões a seguir.

04. Qual o principal assunto de ambos os documentos?
05. Após o episódio narrado, em que Portugal começa o mercado de especiarias, o que ocorre com o comércio de
Veneza? Justifique sua resposta.
06. Qual a explicação para que Portugal consiga vender as especiarias por um preço mais baixo?
a) Por causa do caminho marítimo, esse, não tinha que pagar tantos impostos.
b) Era solidário e contentava em tem uma parcela menor de lucros.
c) Os comerciantes portugueses não tinham que pagar impostos para a coroa Portuguesa.
d) Por causa da pequeníssima quantidade de especiarias e da necessidade de compradores.

1 Resposta

Com efeito, as especiarias que chegam a Veneza têm de passar pela Síria e os territórios do sultão, e por toda a parte devem pagar direitos tão exorbitantes que, ao chegar a Veneza, o que tinha custado um ducado deve ser vendido por de oitenta a cem ducados.

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