“Basta saber História para ensinar História”. Mas que “Históri...

“Basta saber História para ensinar História”. Mas que “História” é essa que se “sabe” ao ensinar?

Para ensinar História, realizamos dois processos fundamentais: uma seleção cultural – definindo entre os vários saberes disponíveis na sociedade, o que implica opções culturais, políticas e éticas, possibilitando ênfases, destaques, omissões e negações. Essa seleção é enraizada social e historicamente, revelando interesses, projetos identitários e de legitimação de poderes instituídos ou a instituir, além de suscetível a redefinições. Ela se realiza e expressa nas propostas e nas práticas curriculares. A didatização é o outro processo e possibilita que os saberes selecionados sejam passíveis de serem ensinados. A respeito das condições de ensino de História é possível concluir:

A
A articulação dos processos históricos possibilita a formação de representações e de valores pelos alunos, a produção de sentidos e a atribuição de significados a partir das situações de aprendizagem vivenciadas, tornando imutáveis os valores culturais.

B
O ensino de História não permite perceber a construção e reconstrução do conhecimento cotidiano, utilizado por todos nós para a vida comum, e no qual operamos com a “memória” – construção individual realizada a partir de referências culturais coletivas.

C
A memória é vida, sempre carregada por grupos vivos e, nesse sentido, ela está em permanente evolução, aberta à dialética da lembrança e do esquecimento, inconsciente de suas deformações sucessivas, vulnerável a todos os usos e manipulações, suscetível de longas latências e de repentinas revitalizações.

D
A História é a reconstrução sem problemática e completa do que não existe mais. A memória é um fenômeno sempre atual, um elo vivido no eterno o presente; a História, uma representação do passado. A História, operação intelectual e laicizante, demanda análise e discurso crítico.

E
Os alunos, ao chegarem à escola, são portadores de saberes e referências construídos nos grupos familiares que cultivam suas memórias: de trabalhadores, de migrantes, de desempregados, de lutas diárias pela sobrevivência, de referências étnicas e religiosas que infelizmente não conseguem oferecer explicações do mundo e de seu devir.

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