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02- Por que a abundância de minerais é importante para os países da América ?

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Isabillypyc

A TEMÁTICA do desenvolvimento reemerge na América Latina, e entre seus novos contornos está o desafio de repensar as implicações das estruturas produtivas centradas em recursos naturais no desenvolvimento econômico dos países da região. Constitui-se assim o objetivo deste artigo, que é identificar e interpretar as potencialidades e riscos da maior concentração da estrutura produtiva em recursos naturais e em produtos intensivos nesses recursos, e como tais potencialidades e riscos condicionam as estratégias de desenvolvimento econômico para a América Latina. Para atingir esse objetivo e compreender de forma mais ampla o papel das atividades econômicas centradas em recursos naturais no desenvolvimento econômico da América Latina, o enfoque que adotamos pressupõe o desenvolvimento econômico como processo contínuo e não automático de mudança estrutural, condicionado pela história e por escolhas de agentes sociais e políticos em conflito, baseado em acumulação de capital, inovação tecnológica e evolução institucional, para o qual o papel ativo do Estado é fundamental.

O início do século XXI trouxe uma importante mudança de contexto histórico para os países da América Latina. Há uma nova realidade global, caracterizada pelo fenômeno chinês, pela ampla difusão das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e pela globalização dos mercados e cadeias produtivas.

A China ganhou centralidade no mercado global, como primeiro exportador e segundo importador do mundo - fala-se em mercado "sinocêntrico". Ela tem vantagens inequívocas em vários segmentos industriais, especialmente indústria de montagem. O ritmo de crescimento e a dimensão de sua economia fazem da China uma grande demandante de matérias-primas e outros produtos primários. O fenômeno chinês explica em boa medida a trajetória ascendente dos preços das commodities primárias na década de 2000, o que significou naquele período a reversão dos termos de intercâmbio a favor dos produtos intensivos em recursos naturais.

A presença global da China, a partir dos anos 2000, representa um redesenho da divisão internacional do trabalho.1 Os chineses estão entre os principais parceiros comerciais de países da América do Sul. E, torna-se indispensável considerar a China em qualquer estratégia de desenvolvimento para a América Latina.

A revolução das TIC e a globalização trazem intensa segmentação dos mercados, das cadeias produtivas e das tecnologias. Os nichos de mercado se multiplicam. Os produtos customizados e diferenciados criam novas situações de quase monopólios. Essa intensa segmentação poderia estar transformando em commodities produtos manufaturados e fazendo produtos de origem primária deixarem de ser commodities. A nova complexidade do mercado global indica para alguns autores a possibilidade de pensar no desenvolvimento não mais apenas como resultado da industrialização. Segundo Pérez (2010), por exemplo, diante das condições atuais da economia global, há janelas de oportunidade a serem aproveitadas com a criação de estratégia de desenvolvimento baseada em recursos naturais para os países da América Latina. Nesse caso, o Brasil que mostra ampla e variada oferta de recursos naturais e uma estrutura industrial consolidada teria condições ainda mais favoráveis para o sucesso de uma estratégia de diversificação e dinamização tecnológica por meio da base primária?

O fato é que a clássica e marcante discussão sobre a contribuição da oferta elástica de recursos naturais para o desenvolvimento da América Latina prossegue, e está agora revigorada com ingredientes trazidos pelas alterações do contexto histórico, das mudanças significativas da realidade econômica global, do aprendizado com o passado, da concepção de padrões aperfeiçoados de ação institucional e do Estado para lidar com os recursos naturais. Essas mudanças e a redução do espaço da pauta macroeconômica renovam e ampliam o interesse - e também a necessidade - acerca das discussões das estratégias de desenvolvimento que assegurem aos países latino-americanos crescimento econômico de longo prazo, equidade social e elevado padrão tecnológico da estrutura produtiva.

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