Segundo o texto, por que o raciocínio indutivo é ampliativo? T...

Segundo o texto, por que o raciocínio indutivo é ampliativo? TEXTO:
Indução
A indução, por sua vez, costuma ser caracterizada como um modo de raciocinar que vai do menor ao maior, ou do singular ou particular ao geral, de tal maneira que sua conclusão vai além do que enunciam suas premissas. Nós raciocinamos dessa forma com muita frequência: temos uma experiência, fazemos um juízo sobre ela e o generalizamos. Em nossa historieta, por exemplo, podemos identificar, de forma implícita, o seguinte argumento indutivo: Exemplo 1 Um dia meu joelho doeu e depois choveu. Repetidas vezes meu joelho doeu e depois choveu. Logo, sempre que meu joelho doer vai chover. conclusão Deixando de lado o toque de humor contido nesse argumento, observe que ele parte de proposições que enunciam uma observação individual relativa a um ou mais momentos (PI e P2) e, por analogia (relação de semelhança), a generaliza (aplica-a a momentos similares ainda não experimentados). Note também que a conclusão não é uma consequência lógica das premissas, extrapolando as informações disponíveis nelas, ou seja, a conclusão estende a afirmação contida nas premissas além dos seus limites (para todas as situações futuras). A indução tem um lugar de destaque na ciência, onde costuma ser aplicada de maneira criteriosa e controlada. Um cientista, por exemplo, observa o momento em que a água entra em ebulição sob determinadas condições e vê que o termômetro marca certa temperatura; depois ele realiza a experiência reiteradas vezes sob as mesmas condições, comprovando que o resultado é sempre o mesmo. Desse modo, ele induz (conclui por indução) que a água sempre entra em ebulição a 100 o c ao nível do mar. Mas essa conclusão não foi obtida por dedução lógica, e sim por observação (ou seja, indução). Por isso, costuma-se dizer que o raciocínio indutivo é ampliativo, tendo em vista que sua conclusão vai além do enunciado nas premissas. Essa é sua riqueza, mas também sua debilidade, porque a conclusão indutiva será sempre provável (provavelmente verdadeira), mas não garantida ou necessária, no sentido estritamente lógico-dedutivo. Isso fica bem nítido nos estudos estatísticos, como as pesquisas de opinião: Exemplo 2 60% dos entrevistados pelo instituto de pesquisa apoiam a nova lei. Logo, estima-se que 60% da população apoia a nova lei. Conclusão Observe que, no argumento acima, mesmo se a premissa for verdadeira, sua conclusão não será necessariamente verdadeira, mas terá alta probabilidade de ser verdadeira se, e somente se, a pesquisa de opinião foi feita corretamente, seguindo a metodologia científica. Portanto, vemos que há diferentes tipos de raciocínio indutivo e que alguns podem ser mais verossímeis ou prováveis que outros. No entanto, os lógicos têm tido dificuldades em caracterizar um argumento indutivamente forte, razão pela qual até nossos dias a lógica indutiva não se desenvolveu tanto quanto a lógica dedutiva. Mas alguns estudiosos assinalam que isso pode estar se modificando, pois, com o grande desenvolvimento da inteligência artificial nas últimas décadas, é cada vez maior o interesse por sistemas de inferência não dedutivos. O peru indutivista. Vamos rever o que é a indução, agora com um exemplo dado por Bertrand Russell. Certo peru foi alimentado, durante um ano, às 9 horas (dado). Ele criou, então, uma lei: sou alimentado todos os dias às 9 horas (teoria). Amanhã, às 9 horas, serei alimentado (previsão). No entanto, houve um problema com a previsão do peru, pois, no dia seguinte à sua previsão, ele foi degolado porque era véspera de Natal e ele seria servido na ceia.

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