Santo Agostinho (354-430) transformou a ideia de depuração da...

Santo Agostinho (354-430) transformou a ideia de depuração da alma da

filosofia de Platão na ideia da necessidade de

elevação ascética para compreender os desígnios de

deus. também a ideia da imortalidade da alma,

presente em Platão, foi retrabalhada pelo filósofo

sob a perspectiva cristã. Mas a ética agostiniana

destaca-se por outro conceito. Ao tentar explicar

como pode existir o mal se tudo vem de deus – e

deus é bondade infinita. A ética agostiniana é

conhecida como :

(A) Ética do Equilíbrio

(B) Ética Cristã

(C) Ética do livre –arbitrio

(D) Ética antropocêntrica.

(E) Ética do indivíduo concreto​

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A ética de Santo Agostinho é também conhecida como ética do livre-arbítrio. Logo, a alternativa C está correta.

Agostinho, santo da Igreja Católica e principal autor do período chamado de Patrística, destacou o conceito de livre-arbítrio para buscar a compreensão do problema da existência do mal no mundo.

A pergunta inicial de Agostinho é: o homem é livre para agir fora do pecado? Ele pode escapar do pecado, não ser invejoso, por exemplo, por si mesmo, ou precisa de uma ação externa que o ajude? Em "Sobre o Livre-arbítrio", Santo Agostinho diz que sim, o livre-arbitrio pode nos fazer escapar do pecado. O importante aqui é levar em conta contra quem que ele fala e quem ele está criticando: sua obra é assistemática e ele é um escritor de combate. Aqui, nesse livro, Agostinho está em combate com o MANIQUEÍSMO.

Mani foi um profeta persa, cristão, que se disse uma espécie de retorno de Cristo, uma espécie de novo profeta. A hipótese dos maniqueus (próxima do gnosticismo), puxada do zoroastrismo, é entender que existem dois princípios em ação no cosmos: o da luz e o das trevas (um pacato, o outro irrequieto, respectivamente). O maniqueísmo é a ideia de que o mundo é resultado de um principio mal. O mal do mundo é criado pelo próprio principio divino que é mau. Já o principio divino que é bom, que prega uma via de celibato, como Jesus Cristo, é um principio que nega a criação, porque a criação é fruto de um principio irrequieto, insatisfeito, ambivalente e violento.

Contra isso que Agostinho escreve.

Agostinho foi maniqueu e em algum momento ele entendeu que o mal no mundo estava na própria natureza de quem criou o mundo. O livro do livre-arbítrio é feito para desresponsabilizar Deus do mal do mundo. Antes da queda, o homem era livre do pecado – eles tinham autonomia do livre-arbítrio. Mas eles optam por fazer o mal. Havia um livre-arbitrio autônomo que é degenerado por uma atitude de olhar para as coisas sem antes olhar para Deus (entendendo-se coisas como você mesmo, inclusive).

Adão e Eva foram criados para a primeira e fundante relação que eles deveriam ter: a relação com Deus. O livre-arbítrio em Adão e Eva está assentado em um desejo infinito de conhecimento e amor cujo objeto é Deus, que já preenche esse desejo infinito com sua infinitude. O problema é que Adão e Eva desejam os objetos do mundo sem passar por Deus. É uma ideia de decupagem do pecado original. É uma compreensão da dinâmica do pecado ao longo do tempo, que se caracteriza pela vontade humana continuamente se dirigir para baixo, para si mesmo, para as coisas sem ser através de Deus, que era a razão pela qual ele foi criado. São seres vocacionados a amar algo infinito mas escolhem desejar a finitude. É uma relação vampiresca.  

Já os maus físicos, como doença, morte, sofrimentos etc., são consequência do pecado original – ou seja, são uma consequência do mal moral, a pena do primeiro pecado. Foi a alma corruptível, portanto, que tornou a carne corruptível, e não o contrário.

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