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Quais são as imagens que vem a cabeça quando pensamos em filosofia e filósofos?​

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Karine Dorneles

Não há um consenso último e final sobre a origem da Filosofia. O que a maioria dos historiadores da Filosofia afirma é que essa origem estaria na Grécia, com Tales de Mileto, por volta do ano 2585 a.C. Porém, mesmo que essa afirmação tenha suas razões de existir (a Filosofia grega pode não ter sido a primeira produção filosófica, mas ela foi diferente de tudo o que veio antes dela), ela não contempla o fato de que egípcios, hindus e chineses já haviam produzido algo semelhante ao que chamamos de Filosofia.

Se ampliarmos o conceito para além do que costumeiramente entendemos por Filosofia, podemos dizer que os preceitos budistas e taoistas já haviam formado um pensamento filosófico. Desta feita, pensadores que habitavam o extremo oriente, anteriores ou contemporâneos aos primeiros filósofos, como Mozi e Lao-Tsé, deixaram registros do que parece ser uma produção filosófica tão autêntica quanto a produção ocidental.

Marilena Chaui atesta essa tese, dizendo que não é absurdo pensarmos nessa relação e, por justiça, reconhecermos traços que influenciaram os gregos a fazer o que fizeram há mais de 2600 anosv.



Escultura de Confúcio, sábio chinês do século VI a.C. que formulou doutrinas filosóficas e morais.

Vale ressaltar que a afirmação de que a Filosofia tem suas origens na Grécia pode ser adotada, desde que com ressalvas. Primeiro, deve-se considerar que houve uma produção filosófica oriental e que essa produção influenciou gregos como Tales (que conheceu a cultura babilônica e egípcia). Em segundo lugar, deve-se considerar não que há uma exclusividade grega, mas que houve um modo diferente, por parte dos gregos, em tratar a Filosofia em questão.

Portanto, podemos dizer que a Filosofia ocidental teve sua origem na Grécia, com Tales. Já o termo foi desenvolvido mais tarde, por Pitágoras de Samos, que escolheu as palavras gregas philia (amor ou amizade) e sophia (sabedoria) para formar a palavra philosophia (amigo ou amante da sabedoria). Tales não reconheceu que ele estava fazendo algo inédito no Ocidente e que seu nome ficaria para a história. Foi somente Aristóteles, por volta de 200 anos depois, que o classificou como o primeiro filósofo.

Para que serve a Filosofia?

Pergunta de difícil resposta. Podemos dizer, em primeira mão, que a Filosofia não tem utilidade. Parece estranha essa afirmação? A princípio, sim. Se levarmos em conta que o termo utilidade, em nosso vocabulário contemporâneo, diz respeito a algo que modifica o meio, que cria algo concreto e que, em primeiro lugar, tem um valor monetário, então, sim, a Filosofia não tem utilidade.

A Filosofia, segundo Chaui, não apresenta resultados concretos, visíveis e capazes de alterar o mundo de imediato. Por isso, a pergunta “para que serve a Filosofia?” é constante, já que sua utilidade é percebida aos poucos e por meio de um exercício complexo de abstração.

Chaui também afirma uma primeira resposta, irônica assim como a pergunta quando feita por pessoas mal-intencionadas: “a filosofia é uma ciência com a qual e sem a qual o mundo permanece tal e qualvi”, ou seja, a Filosofia é inútil.

Em certo sentido, ou seja, partindo do ponto de vista pragmático de utilidade, que afirma ser útil aquilo que modifica o meio com uma intervenção concreta, a Filosofia não serve para nada. Também podemos afirmar que a Filosofia não serve a nada, não serve a ninguém, porque a Filosofia, desde a sua origem, busca problematizar e questionar. Nesse sentido, lenta e laboriosamente, a Filosofia vai mostrando a sua utilidade: colocar o pensamento em movimento, questionar e, por que não, incomodar.

Segundo Deleuze,

a filosofia não serve nem ao Estado, nem à Igreja, que têm outras preocupações. Não serve a nenhum poder estabelecido. A filosofia serve para entristecer. Uma filosofia que não entristece a ninguém e não contraria ninguém, não é uma filosofia. A filosofia serve para prejudicar a tolice, faz da tolice algo vergonhoso. Não tem outra serventia a não ser a seguinte: denunciar a baixeza do pensamento sob todas as suas formasvii.

A Filosofia serve a si mesma, como artífice e constante movedora do pensamento. Serve para questionar, problematizar e incomodar. Serve para conceituar. A Filosofia denuncia a tolice por ser, ela mesma, uma amante da sabedoria que jamais aceitará a vulgar ignorância como algo normalmente suportável

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