A filosofia cuidou durante muitos séculos de descrever um méto...

A filosofia cuidou durante muitos séculos de descrever um método do conhecimen to. O homem punha-se diante do objeto e procurava conhecêlo, já que isto se daria através do conhecimento das causas da geração do objeto.
Então conhecer o objeto significava poder descrevêlo. Descarte criou o seu método.
Um caminho para obter o conhecimento sobre algo,
e com isto influenciou a humanidade toda na forma
de pensamento, porque todo o pensamento ocidental ficou contaminado com uma
forma de conhecer que foi concebida em relação ao objeto
A questão é que
a humanidade incorporou na educação e na formação das pessoas este método,
ao mesmo tempo que não criou um método específico para conhecer o OUTRO,
e influenciados pela força do pensamento de
Descartes, acabamos tomando este método como forma de conhecimento do
outro. Quando isto ocorre, como diz Sartre, nada mais fazemos que "objetivar" o
OUTRO já que não temos um método para conhecer o
outro enquanto sujeito do seu próprio Eu.
Pois bem, quando eu conheço o objeto eu utilizo o método, indução, dedução, ]
sintese etc. mas, qual é o método para conhecer o outro? E qual é o método que
o outro utiliza ao (tentar) me conhecer?É preciso relacionar-me
com ele e tentar expressar com o desconto da distância que
jamais deixará de existir. Quanto mais distante eu olho o outro, mais o outro
é objeto. Explico: quando vou ao banco e olho o gerente do Banco,
que nunca conheço, eu tento eliminar a "distância"
que existe entre eu e este outro que é
o Gerente do Banco. Já a pessoa que está à minha frente, na fila, eu aumento a
minha distância entre ele e eu, e com isto vou transformálo em objeto cada vez mais. Ou seja, com o Gerente do Banco, (que é um
"outro") vou relacionarme com ele tentando dar o maior desconto possível da distância, enquanto com
o homem da fila não darei desconto algum, porque o meu interesse
é diferente, como explicaremos mais adiante.
Tzetevan Todorov, conta em sua epopéia da "descoberta da América
que Cristovão Colombo quando aportou em terras Americanas ignorou o
"outro" americano tomando-o como índio (não encurtando a distância).
A passagem mais intrigante se dá quando ele escreve uma carta para
a rainha contando que enquanto ele discursava na areia da praia os índios festejavam e
se alegravam com suas palavras. Na realidade, como Colombo ignorou o
outro, não quis saber de sua língua e
de sua cultura, enquanto ele falava, na realidade os índios cantavam os cânticos litúrgicos do
canibalismo que antecedia o ataque canibal à nau de Colombo. É um
dos melhores exemplos da Literatura em que Colombo simplesmente tomou o
outro como objeto, e o seu Olhar ao outro ( o índio) capturouo como de maneira fundamental, sem encurtar a distância sem imaginar que em cada qual da
queles índios havia algo que cada qual chama de EU.
O Fundamental seria compreender o que somos e conhecer o
outro, não apenas pelo olhar, mas, "a partir do olhar" e que o
outro está em nós para o outro e o outro no outro para nós, e
que o conhecimento de ambos se dará apenas com
o conhecimento e do contrário o
que haverá é traição, rotulação e objetivação, porque o olhar
é apenas o momento e não a captação do devir. Porque enqu
anto o outro é para mim,
um objeto provável, também só posso descobrir-me
no processo de me tornar objeto provável para
um sujeito certo
O "Ser-visto-pelo-outro" é a verdade do "ver-o-outro".
Todo olhar endereçado a mim, manifesta-se em conexão com
a aparição de uma forma sensível em nosso campo perceptivo,
mas, ao contrário do que
se possa crer, não está vinculado a qualquer forma determinada. O que
é preciso olhar é o Ser e não a imagem do Ser. E
se ainda formos mais adeptos de Sartre, precisamos captar o Devir, aquele c
aminho de interiorização o qual
é percorrido pelo sujeito, na tentativa do SER.
O olhar capta a imagem e não a essência da imagem, o olhar, capta tudo o
que está na tela, mas, jamais o que é a tela. Uma tela não é nada mais que
um apanhado de materiais, tintas e outros elementos. Uma tela não é
o artista é a representação daquilo. O meu Ser tem que ser o meu ser
e não a imagem do meu ser, não se pode interpretar o outro na e
pela liberdade do olhar.
Cada olhar, cada compreender, deve pressupor o desconto
da distância que há entre Eu e o Outro que olhar. Entre o
outro que olha e Eu que sou olhado. A palavra talvez seja,
"tornar-se" na relação, e tornar o outro um "Ser na Relação"
e nunca um objeto.

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