Sócrates: [...] Imagine homens que estão numa morada subterrân...

Sócrates: [...] Imagine homens que estão numa morada subterrânea, semelhante a uma furna, cujo acesso se faz por uma abertura que abrange toda a extensão da caverna que está voltada para a luz. Lá estão eles, desde a infância, com grilhões nas pernas e no pescoço de modo que fiquem imóveis onde estão e só voltem a olhar para frente, já que os grilhões os impedem de virar a cabeça [...] Em primeiro lugar, pensas que esses homens já viram de si mesmos e dos companheiros algo que não fossem as sombras projetadas pela fogueira diante deles, na parede da caverna? Gláucon: Como poderiam? Eram obrigados a permanecer com as cabeças imóveis durante toda a vida [...]!
Sócrates: Então, se fossem capazes de conversar entre si, não achas que eles pensariam que, ao dar nome ao que estavam vendo, estariam nomeando coisas realmente existentes?
Glácon: Forçosamente!" (PLATÃO, A República, Livro VII).
O trecho acima foi retirado da famosa Alegoria da Caverna. Nesse trecho, do início da Alegoria, Platão está falando das sombras projetadas na parede em frente aos prisioneiros. Sobre as sombras da Alegoria da Caverna e sua relação com a Alegoria do Sol é correto afirmar que:

Para Platão, as sombras na caverna representam a relação que os seres humanos têm com as coisas materiais. Não conhecendo as Ideias, superiores em realidade - conforme a Alegoria da Linha -, tomam por verdadeiras coisas muito pouco confiáveis e de grau mínimo de realidade. Por isso o prisioneiro liberto sai da escuridão e encontra com o Sol, representação metafórica da Ideia de Bem estabelecida na Alegoria do Sol, que se opõe diametralmente as sombras da caverna.

Para Platão, as sombras na caverna representam a relação que os seres humanos têm com as coisas materiais. Não conhecendo as Ideias, coisas que são inferiores em realidade - conforme a Alegoria do Pão -, tomam por verdadeiras coisas muito pouco confiáveis e de grau mínimo de realidade. Por isso o prisioneiro liberto sai da escuridão e encontra com um rio repleto de peixes e com uma mata circundante bastante viçosa, representação metafórica da Ideia de Bem.

Para Platão, as sombras na caverna representam a relação que os seres humanos têm com a água. Por essa razão, nenhum dos prisioneiros deveria ter saído da caverna.

Para Platão, as sombras na caverna representam a relação que os seres humanos têm com as Ideias enquanto o Sol observado fora da gruta representa o mundo material. O ser humano deve, assim, passar por um longo processo de descida das coisas inteligíveis (sombras) para as coisas materiais (Sol).

Para Platão, o prisioneiro liberto sai da escuridão e encontra com o Sol. O Sol é representação metafórica da Ideia de Bem estabelecida na Alegoria do Sol, que se opõe diametralmente as sombras da caverna. As sombras, por sua vez, representam a tristeza e a depressão, temas centrais na obra de Platão e diretamente relacionados a dialética.