QUANDO GERENCIAR PESSOAS É MAIS DIFÍCIL DO QUE SALVAR SUAS VID...

QUANDO GERENCIAR PESSOAS É MAIS DIFÍCIL DO QUE SALVAR SUAS VIDAS O que um administrador ou engenheiro sabe sobre técnicas cirúrgicas ou diagnóstico de doenças? Na maioria das vezes, muito pouco. E o que um médico ou enfermeiro sabe sobre práticas de gestão de recursos humanos? Da mesma forma, também pouco. Esses profissionais atuam em áreas distintas e necessitam de conhecimentos e competências diferentes. Contudo, independentemente da área de atuação, grande parte das atividades nas organizações é realizada em equipe, o que não é diferente nos hospitais. Em função disso, muitos médicos e enfermeiros vêm enfrentando dificuldades para gerenciar os membros de suas equipes de trabalho. Especialistas na saúde das pessoas, eles desconhecem praticas para gerenciá-las e liderá-las adequadamente, o que se configura como um grande problema, uma vez que grande parte dos atendimentos e intervenções é realizada em equipe.
No hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, essa situação não era diferente. Com um faturamento de cerca de 900 milhões de reais e mais de 7.500 funcionários, a instituição tinha dificuldade em garantir que seus 360 médicos e enfermeiros em posição de chefia gerenciassem adequadamente os recursos humanos à sua disposição. De acordo com Miriam Branco, diretora executiva de RH, os problemas começavam já no processo seletivo, quando os profissionais realizavam suas escolhas com base em entrevistas de apenas dez minutos sobre temas relacionados à vida pessoal dos candidatos. Outros pontos que precisavam ser melhorados eram a avaliação de desempenho e o desligamento dos subordinados. Para evitar conflitos, médicos e enfermeiros atribuíam notas elevadas a quase todos os subordinados e agiam de maneira pouco clara no momento de demitir, mesmo naquelas situações em que graves faltas haviam ocorrido.
Essa situação gerava injustiças e deixava muitos subordinados insatisfeitos, principalmente pela falta de um feedback claro e construtivo. A solução começou a ser construída em 2008, quando o hospital Albert Einstein firmou um acordo com uma entidade internacional e criou o Centro de Simulação Realística. Além de servir para o treinamento técnico de médicos e enfermeiros em bonecos, começaram a ser realizados programas de aprimoramento gerencial no centro. Segundo Miriam, médicos e enfermeiros em posição de chefia participavam de encenações de processos seletivos, avaliações de desempenho e demissões para perceberem como poderiam melhorar suas ações gerenciais. A simulação era realizada com atores, e os profissionais de saúde deviam seguir roteiros preparados pelo departamento de RH do hospital para descobrir como eles poderiam se tornar, além de bons médicos e enfermeiros, verdadeiros líderes.
Nessas atividades, descobriram algumas informações importantes. “Percebemos que alguns processos do RH reforçavam um comportamento inadequado por parte do gestor, como o fato de um funcionário perder a bolsa de estudo se não tivesse um desempenho acima do esperado”, conta a diretora de RH. Além disso, resolveu-se instituir uma conversa entre funcionários desligados e um gestor do departamento de RH do hospital, para que este pudesse fazer uma avaliação imparcial dos motivos apontados pelo chefe.
Após a implantação do treinamento gerencial no Centro de Simulação Realística, Miriam conta que as habilidades de gestão dos médicos e enfermeiros que participaram do treinamento aumentaram significativamente. Além da redução da rotatividade e do absenteísmo, elevaram-se a eficácia dos processos seletivos e de avaliação e a transparência nas demissões. Com isso, profissionais do Albert Einstein descobriram que, além de salvar, é preciso saber gerenciar as pessoas.

Fonte: ROBBINS, Stephen P.; JUDGE, Timothy A.; SOBRAL, Filipe. Comportamento Organizacional. Teoria e prática no contexto brasileiro. 14ª Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. pp.531-532.

ATIVIDADES
Leia a instrução com muita atenção antes de realizar a atividade.
Na história relatada sobre o hospital Albert Einstein foram verificadas falhas na gestão de pessoas, especialmente nos seguintes aspectos:
a) processo seletivo;
b) avaliação de desempenho;
c) demissão de funcionários;
d) relacionamento interpessoal;
e) liderança e gestão.
Considerando o relato e esses aspectos citados, realize a atividade.

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