O desperdício na ponta do lápis do consumidor Em primeiro luga...

O desperdício na ponta do lápis do consumidor Em primeiro lugar, o que fica mais evidente é que, ao jogar fora o alimento comprado, o consumidor está desperdiçando também seu próprio dinheiro. Muito provavelmente, as pessoas ficariam espantadas se calculassem os preços pagos pelos alimentos que, poucos dias depois, foram parar no lixo.
Os resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) realizada pelo IBGE, em 2008/2009, indicaram que aproximadamente 25% do orçamento familiar é destinado à alimentação. Agora façamos uma conta rápida: segundo o mesmo instituto, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, o rendimento mensal domiciliar per capita do brasileiro em 2016 foi de R$ 1.226,00. Logo, uma família de cinco pessoas, com renda mensal de R$ 6.130,00, gasta R$ 1.532,50 com alimentação.
Mas a pergunta que fica é: desse valor que parte é realmente aproveitada e consumida e que percentual vira desperdício de dinheiro e comida jogada no lixo? Se considerar a média mundial de que 30% dos alimentos são desperdiçados, essa família gastou R$ 459,75 com alimentos que, no final das contas, foram parar no lixo.
Quando se fala em hortaliças – folhas, frutos, raízes e tubérculos -, que são um dos grupos de alimentos mais perecíveis, o desperdício beira metade de todos esses vegetais produzidos no mundo. “O prejuízo direto é sentido no bolso do consumidor que poderia ter reservado esse dinheiro para educação, vestuário, lazer ou investimentos”, enfatiza a pesquisadora, que enumera três regras básicas para o melhor aproveitamento das hortaliças: (1) saber cozinhar para aproveitar qualquer hortaliça em diferentes pratos, (2) ir ao mercado com mais frequência para evitar estoque em casa e (3) armazenar corretamente as hortaliças.
O consumidor paga a conta de outra maneira também, visto que há prejuízos indiretos com o alimento descartado no lixo como a própria gestão desses resíduos pelo poder público. Todo munícipio destina uma fatia de seu orçamento para o tratamento do lixo e, quanto mais dinheiro é utilizado para transportar e tratar o lixo, mais uma vez menos dinheiro público está sendo aplicado em investimentos com saúde, educação e segurança.
Há também um impacto ambiental dos alimentos que vão parar no lixo.

“Os resíduos orgânicos representam por volta de 50% dos resíduos urbanos gerados no Brasil. Quando descartados em lixões, geram contaminação do solo e da água devido ao chorume, atraem e favorecem a proliferação de vetores de doenças e emitem gás metano, um dos gases responsáveis pelas mudanças climáticas”, observa o analista ambiental Lúcio Costa Proença, do Departamento de Qualidade Ambiental e Gestão de Resíduos do Ministério do Meio Ambiente.
Para minimizar esse impacto, o poder público deve investir em aterros sanitários, com tratamento dos líquidos, recobrimento dos resíduos com solo e queima dos gases. Contudo, Proença sinaliza que a destinação mais adequada para os resíduos orgânicos seriam os processos de degradação controlada como compostagem e biodigestão. “Os resíduos orgânicos devem retornar ao solo de forma segura, porém, atualmente menos de 1% dos resíduos recebem esse tratamento”, adverte.
Os desperdícios por trás do alimento que vai para o lixo passam por eixos sociais, econômicos e ambientais. “As ações individuais não são suficientes para a resolução dos problemas estruturantes do sistema alimentar, mas é preciso coordenar iniciativas nesses dois âmbitos para caminhar em direção à redução do desperdício”, defende a pesquisadora.

“Com tecnologia pós-colheita de hortaliças adequada mais alguns cuidados, é possível reduzir o desperdício, economizar dinheiro e ajudar a proteger o meio ambiente”, registra Milza, coordenadora do projeto “Hortaliça não é só salada”, que disponibiliza em um site, entre outros conteúdos, informações sobre como identificar os produtos de melhor qualidade, como acondicionar para que durem por mais tempo e como consumir em diferentes tipos de preparações.

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