Explique, com as suas palavras, o porquê de o texto ser intitu...
Explique, com as suas palavras, o porquê de o texto ser intitulado “Lição de vida Texto :
Uma coisa que sempre me comoveu (e intrigou) é a alegria da rapaziada da coleta de lixo.
Dia sim, dia não, o caminhão da SLU desce a minha rua e eles fazem aquela algazarra. Quase
sempre estão brincando, tirando sarro uns com os outros, sorridentes e solícitos com os moradores.
Mesmo na pressa de apanhar os sacos de lixo, encontram tempo para gritar “bom dia, patrão” ou
para comentar a vitória do Galo, a derrota do Cruzeiro ou vice-versa.
Dia desses levantei de bom humor, o que nem sempre acontece nas manhãs quentes de
verão. No momento em que saía de casa, vi surgir no topo da rua o grande caminhão amarelo. E eis
que de sua traseira saltou um negão todo suado, com um sorriso branco no meio da cara. A vizinha
do lado estava lavando o passeio, desperdiçando água como já é de costume. O sujeito limpou o
suor na manga da camisa e a cumprimentou. “Será que a senhora me deixa beber um pouco
d’água?”, ele perguntou sem rodeios. “Essa água não é boa”, ela disse. “Espera um pouco que eu
busco água filtrada.” “Que é isso, madame? Precisa não. Água da mangueira já está bom demais.”
Ela estendeu o jato d’água e ele se deliciou. Depois de beber boas goladas, meteu a
carapinha sob a água e se refrescou. O sol no céu azul estava de arrebentar mamona e o alto da rua
oscilava sob o efeito do calor. O negão agradeceu a “caridade” da minha vizinha e seguiu correndo
atrás do caminhão amarelo, dentro do qual atirava os sacos de lixo apanhados no passeio.
Na esquina de baixo, o caminhão parou, pois o condomínio em frente sempre produz muitos
sacos plásticos. Quando passei pelo negão e seu companheiro, ambos atiravam sacos no triturador
do caminhão. Parei na sombra de uma quaresmeira para observar o trabalho deles enquanto
esperava ônibus.
O motorista saiu da boleia com um cigarro na boca e perguntou se eu tinha fósforo.
Emprestei-lhe o isqueiro e, enquanto ele acendia o seu “mata rato”, comentei: “Sempre admirei a
alegria com que vocês trabalham.” O motorista soprou a fumaça, devolveu-me o isqueiro e
comentou: “E por que a gente devia de ser triste?” “Não sei... Um trabalho desses não deve ser
mole.” “Claro que não”, ele retrucou. “Mas duro mesmo é a vida de quem revira o lixo à procura
de comida. A gente pelo menos não chegamos lá.” Em seguida, ele entrou na boleia, os dois homens
de amarelo terminaram a coleta e subiram na carroceria. O caminhão arrancou e eu fiquei pensativo,
enquanto esperava o “busun”.
Uma coisa que sempre me comoveu (e intrigou) é a alegria da rapaziada da coleta de lixo.
Dia sim, dia não, o caminhão da SLU desce a minha rua e eles fazem aquela algazarra. Quase
sempre estão brincando, tirando sarro uns com os outros, sorridentes e solícitos com os moradores.
Mesmo na pressa de apanhar os sacos de lixo, encontram tempo para gritar “bom dia, patrão” ou
para comentar a vitória do Galo, a derrota do Cruzeiro ou vice-versa.
Dia desses levantei de bom humor, o que nem sempre acontece nas manhãs quentes de
verão. No momento em que saía de casa, vi surgir no topo da rua o grande caminhão amarelo. E eis
que de sua traseira saltou um negão todo suado, com um sorriso branco no meio da cara. A vizinha
do lado estava lavando o passeio, desperdiçando água como já é de costume. O sujeito limpou o
suor na manga da camisa e a cumprimentou. “Será que a senhora me deixa beber um pouco
d’água?”, ele perguntou sem rodeios. “Essa água não é boa”, ela disse. “Espera um pouco que eu
busco água filtrada.” “Que é isso, madame? Precisa não. Água da mangueira já está bom demais.”
Ela estendeu o jato d’água e ele se deliciou. Depois de beber boas goladas, meteu a
carapinha sob a água e se refrescou. O sol no céu azul estava de arrebentar mamona e o alto da rua
oscilava sob o efeito do calor. O negão agradeceu a “caridade” da minha vizinha e seguiu correndo
atrás do caminhão amarelo, dentro do qual atirava os sacos de lixo apanhados no passeio.
Na esquina de baixo, o caminhão parou, pois o condomínio em frente sempre produz muitos
sacos plásticos. Quando passei pelo negão e seu companheiro, ambos atiravam sacos no triturador
do caminhão. Parei na sombra de uma quaresmeira para observar o trabalho deles enquanto
esperava ônibus.
O motorista saiu da boleia com um cigarro na boca e perguntou se eu tinha fósforo.
Emprestei-lhe o isqueiro e, enquanto ele acendia o seu “mata rato”, comentei: “Sempre admirei a
alegria com que vocês trabalham.” O motorista soprou a fumaça, devolveu-me o isqueiro e
comentou: “E por que a gente devia de ser triste?” “Não sei... Um trabalho desses não deve ser
mole.” “Claro que não”, ele retrucou. “Mas duro mesmo é a vida de quem revira o lixo à procura
de comida. A gente pelo menos não chegamos lá.” Em seguida, ele entrou na boleia, os dois homens
de amarelo terminaram a coleta e subiram na carroceria. O caminhão arrancou e eu fiquei pensativo,
enquanto esperava o “busun”.
1 Resposta
Para mostrar a realidade
Explicação:
pois muitos acham que o emprego é "humilhante" no pensamento desses homens eles acham que é melhor trabalhar tirando lixo do que comendo lixo (o que é verdade, com certeza é melhor trabalhar). A lição de vida que mostra é como devemos agradecer, por ter um emprego que dê para comprar algo ou ao menos sobreviver. Enquanto muitos estão sobrevivendo comendo as sobras dentro do lixo (infelizmente é o mundo que vivemos).
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