Responda às questões abaixo e veja o que já sabe sobre Estoicismo. Confira as resposta e aprenda mais no gabarito comentado.
Questão 1
Quem é considerado o fundador da escola estoica?
a) Aristóteles (384 – 322 a. C)
b) Immanuel Kant (1724 – 1804 d. C.)
c) Zenão de Cítio (334 – 262 a. C.)
d) Epicuro (341 – 271 a. C.)
Resposta: c)
Nascido em Cítio, na ilha de Chipre, Zenão foi um filósofo do período helenista, cujas obras se perderam no tempo, mas cujo pensamento resistiu por meio dos comentários de outros pensadores. Ficou consagrado como o fundador do estoicismo devido ao lugar onde ele comunicava suas ideias.
Segundo Diógenes Laércio (p. 182), Zenão “costumava dar lições passeando de um lado para outro na Colunata Pintada (Poikile Stoá)”, um edifício cuja entrada era constituída por diversas colunas. Essa forma arquitetônica chamada de Stoá é a raiz do termo “estoico”.
Questão 2
O que é o estoicismo?
a) Uma corrente de pensamento que se caracteriza por todos seus adeptos discutirem caminhando em jardins.
b) Uma corrente filosófica que se volta para o bem viver e tem a ataraxia (tranquilidade da alma) como objetivo.
c) Uma corrente baseada na lógica, que compreende que a verdade é relativa e que o melhor é suspender o juízo.
d) Uma corrente filosófica que concilia a razão e as concepções religiosas.
Resposta: b)
Em geral, os pensadores do estoicismo se voltam a refletir sobre questões relativas à felicidade e apontam a tranquilidade da alma como algo fundamental para se ter uma boa vida.
Quanto às restantes alternativas:
a) A corrente que se caracteriza pelas discussões, enquanto seus adeptos caminhavam por jardins é a corrente “peripatética”, cujos expoentes eram todos discípulos de Aristóteles.
c) Já a corrente filosófica, que tem por base a lógica e que estabelece a suspensão do juízo, é chamada de “cética”.
d) “Escolástica” é nome que se dá à corrente de pensamento surgido no período medieval e que tinha como característica a tentativa de conciliação entre os conteúdos da fé e da razão filosófica.
Questão 3
“Não busques que os acontecimentos aconteçam como queres, mas quer que aconteçam como acontecem, e tua vida terá um curso sereno”.
(EPICTETO, In: ARRIANO, F.. O Manual de Epicteto. Tradução do texto grego: Aldo Dinucci; Alfredo Julien. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012).
Segundo Epicteto, a serenidade do homem depende
a) do próprio homem, uma vez que ele deve buscar o que deseja para ser feliz.
b) dos acontecimentos, já que eles seguem conforme nossas vontades.
c) do homem mesmo, ao não impor a sua vontade à realidade, visto que ele não pode controlar o que acontece.
d) de ninguém, pois a plenitude da vida está no fato de se aceitar os acontecimentos.
Resposta: c)
Ainda que os estoicos estabeleçam uma aceitação dos acontecimentos, visto que não temos poder sobre os eventos da vida, cabe ao homem chegar a esse entendimento e, a partir disso, definir suas atitudes e pensamento.
Em outras palavras, o homem tem poder sobre si, sobre como encara a realidade e como se deixa afetar por ela. Quando ele percebe sua limitação diante do destino e a aceita sem se angustiar, ele se torna apto a ter uma vida tranquila.
Questão 4
No período helenístico, entre os séculos IV e II a. C., diversas escolas de pensamento surgiram, entre elas, duas podem ser destacadas quanto às questões ligadas à vida prática: o epicurismo e o estoicismo.
Diferente do Epicurismo, o Estoicismo prega
a) que nossa alma somente alcança a tranquilidade quando está satisfeita, portanto, o homem deve buscar tudo aquilo que lhe dá prazer.
b) que o segredo para uma vida sem sofrimento é a compreensão de que nada na vida tem sentido e que tudo depende de como o próprio homem define as coisas.
c) que a realidade se molda às crenças que temos, assim, devemos pensar racionalmente e seguir de acordo com as nossas verdades, a fim de que tenhamos uma vida ordenada.
d) que nossa ação deve se submeter à razão, pois, ao estarmos de acordo com o logos que está em nossa alma, estamos de acordo com a inteligência que conduz toda a realidade.
Resposta: d)
Enquanto para o epicurismo a ataraxia está ligada à ausência de dor e, portanto, à busca de prazeres que sirvam para a conservação da vida (prazeres naturais e necessários), para os estoicos a ataraxia está associada à ausência das paixões, sendo estas efeitos dos erros da razão.
No pensamento estoico, há um logos (uma inteligência) que permeia e conduz a natureza e, portanto, a realidade de todas as coisas. O ser humano tem em si, não só uma porção igual ao dos animais, mas também algo que o conecta a essa inteligência: ele é dotado de razão. Assim, cabe ao homem aperfeiçoar a sua razão, a fim de estar alinhado com essa inteligência. Uma vez alinhado a tal logos, o homem tanto passará aceitar o decreto de seu destino, como passará a desviar das paixões, impedindo que elas o tomem. Essa é para o estoico a forma de se conduzir a ataraxia e a felicidade.
Questão 5
Leia o trecho:
“Busquemos as coisas boas, não na aparência, mas sólidas e duradouras, mais belas no seu interior […]. A felicidade é, por isso, o que está coerente com a própria natureza, aquilo que não pode acontecer além de si. Em primeiro lugar, a mente deve estar sã e em plena posse de suas faculdades; em segundo lugar, ser forte e ardente, magnânima e paciente, adaptável às circunstâncias, cuidar sem angústia do seu corpo e daquilo que lhe pertence, atenta às outras coisas que servem para a vida, sem admirar-se de nada; usar os dons da fortuna, sem ser escrava deles.”.
(SÊNECA, L. A. Da Felicidade. Tradução de Lúcia Sá Rebello; Ellen Itanajara Vranas. Porto Alegre, L&PM, 2011).
Diante do exposto, pode-se dizer que o estoicismo de Sêneca defende que
a) a felicidade está naquilo que nos traz imediato prazer e que nos prende.
b) é muito difícil alcançar as coisas boas sem ficar angustiado.
c) devemos seguir a nossa natureza, portanto, devemos nos deixar guiar pelos instintos e paixões.
d) devemos ter autocontrole, deixando a mente conduzir os cuidados de nosso corpo e nossas condutas, sem nos apegarmos às circunstâncias.
Resposta: d)
Para o pensador Lúcio Aneu Sêneca (4 a. C. – 65 d. C.), somos mais felizes quando vivemos de acordo com as determinações da natureza. Isso implica não só uma aceitação das leis naturais, as quais não podemos modificar (como, por exemplo, a morte), mas também uma tentativa de estar em conformidade com a razão.
Para Sêneca, estar em conformidade com a razão é estar em conformidade com deus, visto que deus está presente na natureza e que somos seres naturalmente racionais. É, por isso, que devemos procurar estar no controle de nossa conduta e de nosso corpo, a fim de não sucumbir aos seus tormentos, pois o que é bom ou o que de fato nos faz feliz está além dos prazeres sensoriais.
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Com informações do Toda Matéria